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Dia Mundial da Cobra: Saiba quais espécies podem ser criadas como pets e os cuidados que o tutor deve ter

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No Dia Mundial das Cobras, especialista fala sobre o que fazer caso o tutor não queria mais ter uma cobra como pet  |   Bnews - Divulgação Foto Ilustrativa/Pixabay

Publicado em 16/07/2022, às 12h00   Milena Ribeiro


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Neste sábado (16), além do Dia Internacional do Porquinho da Índia, ainda comemora-se o Dia Mundial da Cobra, que pode parecer perigosa para alguns, mas para outras pessoas, elas despertam interesse e a vontade de ter por perto. Esses animais estão cada vez mais ganhando espaço como animais de estimação e há quem considere que eles são excelentes companhias. 

O mercado de criação de cobra como pet tem crescido muito, principalmente porque as serpentes dão  menos trabalho e a criação é menos custosa, se compararmos com a criação de gatos e cães, conforme explicou ao BNews a bióloga Annelise D'Angiolella, especialista em répteis e anfíbios e professora da Universidade Federal Rural da Amazônia. Contudo, isso não quer dizer que esses animais não precisam de cuidados. Ao contrário, quem decidir criar serpentes deve estar atento ao manuseio correto, ao local que esses animais serão criados, as características específicas, etc.

Serpentes que podem ser criadas como pets no Brasil:

- Cobra-do-milho (espécie exótica);

- Falsa-coral (pode ser tanto nativas, como exóticas);

- Gopher (exótica);

- Píton-real (exótica);

- Jiboia (nativa). 

Diferente das outras espécies que não são autorizadas a serem criadas como animais de estimação, essas cinco cobras são serpentes que não apresentam dentes modificados em presas ou apresentam presas muito pequenas que, geralmente, são na parte de trás da boca, o que faz com que ela tenha dificuldade de inolucar o veneno, logo ele não tem um toxicidade muito alta e não causa nenhum tipo de reação grave aos seres humanos, de acordo com Annelise. 

A bióloga explicou que essas serpentes não oferecem riscos ao ser humano, contudo, alertou que algumas espécies, as exóticas, ou seja, as que não são da nossa fauna, podem ser uma ameaça à espécies nativas. Por não serem do nosso país, caso esse animal fuja para um ambiente natural, ele "provavelmente se alimentará de várias espécies nativas". 

Para conseguir criar esse pet, as pessoas ou as instituições devem obter licenças específicas. 

"Essas cobras devem ser compradas de criadouros legalizados, que passaram por um processo de implementação através do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que é o orgão ambiental que faz esse controle e autorizou que esse local se tornasse criadouro regularizado de sepentes", explicou Annelise. 

Essas serpentes têm microchips que ajudam a rastrear esses animais caso eles se percam, por exemplo. 

Cuidados

Os interessados em ter uma cobra como animal de estimação devem estar atentos às suas características. Por exemplo, a píton-real e a jiboia são animais que crescem bastante e costumam ter uma expectativa de vida alta. A primeira pode chegar a nove metros e a segunda a três metros. Há registros de jiboias que vivem até 40 anos. 

As serpentes também são animais que precisam se aquecer, em um período do dia elas precisam ter exposição a luz. Além disso, o espaço reservado para esses animais devem condizer com o seu tamanho. "É necessário ter um terrário adequado para que essas serpentes possam sobreviver", afirmou a bióloga.

Essas cinco serpentes não possuem presas inoculadoras de veneno, porêm elas têm dentes, ou seja podem morder, caso se sintam ameaçadas. Essas pets podem "atacar" com um manuseio errado, por exemplo. "Pegou o animal errado, apertou, cumprimindo o pulmão do animal, ela pode se sentir ameaçada e pode morder", alertou.

A mordida pode causar injúria na pele, machucar e, além disos, como é a boca do animal pode ter bactérias, então é muito importante saber manusear esses animais para que o dono não sofra nenhum tipo de lesão. 

"Não quero mais criar minha serpente. O que devo fazer?"

A bióloga Annelise explicou que a recomentação do Ibama e dos pesquisadores é que, caso o tutor não queira mais manter o animal sob seus cuidados, busque uma instituição ou até mesmo um órgão ambiental como a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), ou o orgão ambiental da cidade para destinar esses animais a esses locais para que eles direcionem corretamente essa cobra. 

Serpentes Peçonhentas

Annelise D'Angiolella explicou ainda que, diferente das cinco espécies citadas acima, as serpentes peçonhentas não podem ser criadas como pets e são espécies que apresentam dentes modificados em presas, que são capazes de inocular o veneno no seu alimento, ou seja, no animal que ela caça. Alguns locais no Brasil criam esse tipo de cobra para, por exemplo, fazer a extração do veneno e mandar para os institutos do Brasil que produzem o soro antiofídico, que é o soro que tem deve ser aplicado na vítima quando ela sofre uma picada dessas serpentes. 

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