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O piso da minha casa pode afetar meu cão? Saiba detalhes de doença

Josef Novotný por Pixabay
Piso liso e escorregadio pode afetar saúde de cão e agravar doença  |   Bnews - Divulgação Josef Novotný por Pixabay
Milena Ribeiro

por Milena Ribeiro

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Publicado em 26/09/2023, às 08h41 - Atualizado às 08h50


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Quem tem um cachorro em casa ou está pensando em adotar um deve ficar atento a diversas questões que proporcionam ao pet uma qualidade de vida melhor. Muitos não sabem, mas até o piso de casa pode afetar a saúde do doguinho.

O médico-veterinário, especialista em neurologia e ortopedia animal, Felipe Purcell, explicou ao BNews sobre a displasia canina, o termo que, em sua origem, significa dis = errado e plasia = crescimento, sendo então, um grupo de enfermidades relacionadas ao mau crescimento de um órgão ou de determinada parte do corpo.

“A displasia mais conhecida na Medicina Veterinária é a displasia coxofemoral, que refere-se a incongruência (“mau encaixe”) da articulação do quadril de cães e gatos”, comentou Felipe.

A displasia coxofemoral é uma doença genética, mas sua ocorrência pode ser determinada por outros fatores como ambiente, alimentação e fatores hormonais.

Purcell disse ainda que, por ser uma doença genética, ela pode ser passada dos pais (até mesmos avós) para os filhotes, sendo aconselhável a retirada de cães diagnosticados da reprodução.

O piso da minha casa pode afetar o pet?

Um animal que tenha a predisposição genética da displasia coxofemoral pode apresentar sinais clínicos ou mais graves caso cresçam em um ambiente com piso liso, principalmente na fase de desenvolvimento, que vai até um ano de idade.

“Sem dúvida é importante evitar que os filhotes cresçam em piso liso, já que isso pode ser sim um fator crucial na precocidade e na intensidade das alterações ortopédicas durante o desenvolvimento do animal”, pontuou.

Quais as raças tem predisposição à doença?

Geralmente, os cães de grande porte são mais propensos como Bernese das Montanhas, Fila Brasileiro e Rottweiler.

Segundo o médico-veterinário, nos últimos anos, houve aumento de casos da doença em cães de pequeno porte como shih-tzu e lulu da pomerânia.

A doença tem curta? Qual o tratamento?

O médico-veterinário explicou que a displasia coxofemoral é uma doença crônica progressiva que gera, secundariamente, a osteoartrose. “Sendo assim, podemos considerar uma doença sem cura, porém, com possibilidade de terapia clínica ou cirúrgica”, disse.

Há algumas alternativas para os pets diagnosticados com essa enfermidade, de acordo com Purcell: “A terapia clínica é paliativa (trata as manifestações clínicas como dor e inflamação). Já a terapia cirurgia pode ser considerada um método definitivo de tratamento, como por exemplo a colocação de uma prótese total do quadril”.

Além da displasia

O modelo George Soares, tutor de Dig, um husky siberiano, também passou por uma situação parecida. Isso porque o husky, apesar de não ter displasia coxofemoral, apresentou patas traseiras “afrancesadas”.

O piso da minha casa pode afetar meu cão? Saiba detalhes de doença

Em uma condição semelhante ao valgo dinâmico, o doguinho precisou de uma atenção especial e, pesquisando sobre o assunto, George notou que o problema era hereditário e que poderia agravar a situação caso o pet ficasse em piso liso e escorregadio.

Atualmente, Dig vive uma vida normal e faz sucesso nas redes sociais, arrancando suspiros dos seus seguidores.

Relembre caso

Em 2018, Maíra Cardi contou para seus seguidores que havia doado seu cachorro, o Pipoca, por causa do piso de porcelanato de seu apartamento. Isso porque o animal tinha um problema na bacia e o piso escorregadio piorava seu estado.

"Quando o pegamos, ninguém o queria, exatamente porque ele tinha esse problema e não tinha uma 'bola'. Não podia reproduzir. Eu quis ele porque tinha condições de ajudá-lo, disse ela. "Ele não pode, em hipótese alguma, ficar em porcelanato, eu não sabia disso", continuou.

Na época, Maíra estava grávida de oito meses da sua filha Sofia, fruto do relacionamento com o ator Arthur Aguiar e, por isso, não conseguiria se mudar.

"A única possibilidade de cuidar dele como ele precisava seria mudar de casa, ir pra um lugar que tivesse um quintal e ele pudesse ficar na grama. Só que eu já estava grávida, a gente não tinha como fazer esse tipo de mudança e comecei a ficar apavorada. Eu tinha que pensar no bem-estar do cachorro e pensar no que era bom para ele. Não podia ficar com o cachorro dentro de casa, sofrendo, só pra me agradar. Isso era loucura", afirmou.

Pipoca foi morar com uma amiga de Maíra que tem uma casa grande e mais três cães. A atitude dividiu opiniões dos internautas.

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