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Operação de resgate salva mais de 100 cães de situação deplorável, mas suspeita se defende: 'foi por amor'

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Polícia salva mais de 100 cães e encontra outros pets mortos com corpos desfigurados  |   Bnews - Divulgação Divulgação/PCPR

Publicado em 10/02/2023, às 10h13   Cadastrado por Milena Ribeiro


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A maior operação de combate a maus-tratos de animais já realizada na capital paranaense, Curitiba, prendeu uma mulher identificada como Maria Inês Demeterco, de 64 anos, que aprisionava pets em um terreno no São Lourenço, um bairro nobre curitibano. A operação aconteceu na manhã do dia 19 de janeiro e salvou mais de 100 cães, além de encontrar outros pets mortos com corpos desfigurados.

Os policiais relataram que viram uma situação deplorável ao vasculhar o espaço que Maria Inês mantinha os animais. Em jaulas pequenas de pouco mais de 1 m² viviam um ou mais cães, em meio às suas próprias fezes que, por vezes, eram seus alimentos.

Os cocôs que os cães não comiam se acumulavam no chão e formavam uma camada espessa de desejos. No local, foram encontrados cães mortos e, alguns deles, com os corpos desfigurados por terem sido comidos pelos pets sobreviventes.

"Essa situação foi a que mais me chocou", disse a empresária Carla Negochadle, que é presidente do Instituto Fica Comigo e que acompanhou a operação da Polícia Civil, ao TAB. No local, muitos animais não conseguiam nem caminhar, pois seus músculos haviam atrofiado.

Maria Inês foi presa em flagrante por suposto maus-tratos aos animais, contudo foi solta no dia seguinte. À imprensa, ela disse que mantinha os animais "por amor" e, por questões financeiras, não conseguia cuidar deles da forma correta.

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou Maria Inês e a Justiça acatou a acusação. Na ação, o ministério afirma que a investigada mantinha os pets "em situação deplorável de higiene, saúde e alimentação" além de promover o "recolhimento de novos animais, mesmo ciente da situação precária em que os mantinha".

Operação de resgate salva mais de 100 cães de situação de maus-tratos, mas suspeita rebate: 'foi por amor'

Em 2010, Maria Inês foi denunciada pelos vizinhos, que sabiam da situação do canil clandestino. O processo contra ela não a impediu de pegar mais animais durante esses anos. A suspeita ainda tinha 14 cães e 13 gatos em outro imóvel, que também foram resgatados pela polícia.

O antigo canil de Maria Inês continua servindo de abrigo para os animais, que não tinham para onde ir. O que mudou foi que agora agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente tomaram o local e fizeram um mutirão para limpar e colocar o imóvel nas condições necessárias para abrigar os animais.

Carla Negochadle e aos voluntários do Instituto Fica Comigo (que trabalha com adoções) assumiram o local e já limparam e construíram novos espaços no canil para os cães e gatos, inclusive para eles poderem caminhar livremente no local.

Depois que o caso repercutiu, muita gente quis ajudar e até adotar os pets. Até esta quarta-feira (8), 37 animais tinham sido adotados. Outros 36 pets são cães mais velhos que ficaram em casas dos parceiros da ONG.

Apesar da mobilização dos curitibanos para ajudarem os pets, Carla afirmou que deve demorar para que todos os animais sejam adotados. Para ela, isso só acontecerá daqui "uns dois anos".

Carla ainda falou sobre a demora para a realização de todas as adoções: "As pessoas acabam indo aos pet shops porque querem um cachorro novinho, branquinho, peludinho. Mas isso é burrice. Esses cachorros estão até mais saudáveis do que esses filhotes 'fabricados' para serem vendidos".

Oreo, por exemplo, é um cãozinho que foi resgatado pela analista financeira Rafaela Zattera e seu marido, o administrador João Henrique. O pet até pode ser confundido com um border collie pela sua aparência, mas ele é um dos cães vira-lata que viviam aprisionados no canil clandestino.

Agora, Oreo vive como merece e tem até a sua própria cama. "É a cama dele. Não tem o que faça ele dormir em outro lugar", contou Rafaela.

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