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Saiba como as redes sociais auxiliaram nas denúncias de maus tratos aos animais em Salvador

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Entenda como a repercussão de casos de maus tratos a animais pode conscientizar a sociedade  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Vídeo/ Joilson César/Bnews

Publicado em 25/04/2023, às 16h00   Natane Ramos


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Cenas de maus tratos aos animais vêm ocorrendo de forma cada vez mais recorrente em Salvador. Em abril, mês dedicado à luta contra a violência animal, conhecido como Abril Laranja, o BNews Pet debate o assunto. Uma das ferramentas fundamentais para a proteção desses animais é a denúncia de maus tratos, que teve um grande aumento graças às redes sociais.

Segundo estudos realizados pelo Instituto Pet Brasil (IPB), existem cerca de 185 mil animais resgatados de situações de abandono, onde 60% deles são vítimas de maus tratos. Essa realidade mostra-se presente na capital baiana, onde acontecem a repercussão de casos de descaso e violência alarmante contra animais, e como muitos desses casos acabaram sendo punidos graças ao auxílio das denúncias realizadas por internautas.

A violência contra os animais pode ser apresentada de diversas formas, seja com o abandono do animal, a violência física realizada contra o bichinho, ou permitir que o animal viva em situação de precariedade não possuindo alimentação e acesso a água, todos esses comportamentos são uma forma de maus tratos aos animais.

Entre esses registros ocorridos na capial baiana está o caso da cadelinha abandonada em alto mar na Baía de Todos-os-Santos. O abandono da cadela é configurado como maus tratos e consequentemente um crime. Graças ao vídeo, compartilhado nas redes sociais, foi possível um final feliz, com o resgate do animal.

Outro caso que recebeu grande repercussão ocorreu em um canil no bairro Brotas. A denúncia dos moradores do bairro foi essencial para que a polícia ficasse ciente dos acontecimentos rondando o canil. 

As redes sociais também tiveram um papel fundamental na divulgação de denúncias no caso do Spitz Alemão. O caso repercutiu grandemente, causando a revolta de diversos internautas com a situação de abandono do cachorro. Após as denúncias, a COPPA realizou a vistoria ao local mas relatou que não existia um cenário necessário para caracterizar a situação do pet como abandono.

Segundo a advogada Caroline Busseni, atuante na Comissão de Defesa dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Bahia (OAB Bahia), a Lei de Crimes Ambientais nasceu com uma punição para o crime contra animais não humanos muito branda. "O que permitiu que os animais fossem desrespeitados, agredidos, mortos e seus direitos e garantias fundamentais violados ao longo da história de nosso país. A pena é detenção de 03 meses a 01 ano e multa. Em 2020 com a promulgação da Lei Sanção - Lei 14.064/20, houve um aumento de pena para quem cometer crimes contra cães e gatos. Agora passou a ser pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda do animal”, destacou a advogada.

Bussani reforçou que as denúncias estão ajudando na proteção dos animais. Para a especialista, houve um aumento da proteção para os animais considerados de companhia, pois inibe a prática, causando um efeito repressivo e educativo.

“Tenho percebido um aumento das denúncias, mas não podemos afirmar se foi por conta da lei ou pela mudança de comportamento da sociedade que não mais tolera crimes contra animais não humanos. Há também que se considerar o espaço que a temática vem ganhando na mídia e nas redes sociais. Isso encoraja as pessoas a denunciarem”, afirmou a advogada.

A repercussão desses casos é importante para mostrar como os maus tratos aos animais ainda estão presentes em Salvador, e como a sociedade pode, e deve, se manifestar contra os maus tratos realizados aos animais, possibilitando um resgate da dignidade do animal.

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