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Tosador de cães finge ser veterinário para fazer cesária em cadela e caso acaba mal; saiba detalhes

Divulgação/Escritório do Xerife do Condado de Collier
Tosador de cães finge ser veterinário e pode pegar até 10 anos de prisão nos EUA  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Escritório do Xerife do Condado de Collier
Milena Ribeiro

por Milena Ribeiro

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Publicado em 17/08/2023, às 09h05


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O tosador de cães, Osvaldo “Ozzy” Sanchez, de 61 anos, de Naples, foi acusado de praticar a medicina veterinária sem licença e fazer uma cesariana em uma cadela chihuahua, chamada Sugar. A pet morreu uma semana após o procedimento. O caso aconteceu no dia 18 de maio, na Flórida, nos Estados Unidos.

A tutora de Sugar, identificada como “BD” nos documentos do tribunal, estava com Sugar, de seis anos, quando percebeu que a cadela estava tendo dificuldades para ter sua ninhada. Ela ligou para seu marido, apontado como “LP” na declaração, buscando uma orientação.

Como a mulher não poderia dirigir naquela semana, LP entrou em contato com Sanchez, que já havia tratado um dos outros cães do casal. O tutor de Sugar foi informado de que o tosador era médico-veterinário quando foram apresentados pela primeira vez por um amigo em comum.

Sanchez foi solicito e afirmou que estava próximo da casa do casal e poderia verificar a situação da chihuahua. Segundo LP, ele ainda disse que poderia fazer uma cesariana na pet. O tosador chegou na casa do casal com uma van que estampava a logo “Ozzy Pet Grooming”, segundo o detetive do xerife do condado de Collier, Bruce Cordivari,

BD deixou o profissional com Sugar e foi fazer outra coisa em casa, quando ela voltou algo não parecia normal. “Quando ela retornou à van, Sanchez já havia cortado Sugar e ela estava gritando alto de dor”, diz passagem de depoimento. A tutora questionou a reação da pet, o que fez o tosador aplicar mais sedativo na peluda.

Ele removeu um filhote morto de Sugar e “jogou-o no lixo em sua van”. Sanchez costurou a incisão antes de sair e cobrou US$ 600 (R$ 2.992,74) pelo serviço. Antes de ir embora, o profissional disse que a chihuahua acordaria em algumas horas.

A pet ficou desacordada por mais de cinco horas e, segundo os tutores, quando acordou estava grogue e não conseguia andar. A partir daí, as coisas só pioraram. O casal perceu que Sugar estava se tremendo e “não estava bem”.

Tosador de cães finge ser médico-veterinário para fazer cesária em cadela e caso acaba mal; saiba detalhes

Temendo a morte da pet, no dia 20 de maio, a cadela foi levada ao seu médico-veterinário usual, que percebeu que ela estava com icterícia, extremamente letárgica e “próxima da morte”, segundo o depoimento.

O casal contou ao médico-veterinário que Sugar passou por uma cesária em casa, mas a situação chamou atenção do especialista já que o procedimento é feito, geralmente, em um ambiente médico. Ele ainda notou que a incisão teria sido costurada com “algum tipo de fio”, ao invés de suturas estéreis.

O médico-veterinário, segundo o depoimento, encontrou uma ferida vermelha e inchada, que teria sido revestida com um incomum “spray brilhante prateado”, que ele não conhecia. A equipe médica especializada cuidou de Sugar por dias, alimentando-a por sonda e dando medicação para dor e inflamação.

Apesar dos esforços, Sugar não apresentou melhora e a equipe recomentou que os tutores a transferissem para outra clínica, com uma máquina de ultrassom mais avançada.

No dia 25 de maio, os médicos-veterinários que atenderam a cadela descreveram seus pontos como “amadores e pouco profissionais”, destacando que nunca haviam visto aquele padrão de sutura. A equipe ainda tentou contato com Sanchez, que teria gritado e dito não ter tempo para falar, antes de desligar.

Um exame de ultrassom revelou que o estômago da chihuahua estava significativamente distendido e inflamado e que seu pâncreas estava inchado e inflamado. Após o procedimento de duas horas, Sugar foi levada novamente para a clínica habitual e foi deixada no local para seguir o tratamento.

Contudo, naquela noite, a equipe ligou para os tutores para avisá-los que Sugar havia falecido. De acordo com o depoimento do especialista ao detetive, era uma morte que poderia ser evitada caso um veterinário de verdade tivesse atendido a pet.

O detetive Cordivari não encontrou licença veterinária para Sanchez, mas verificou que ele tinha uma licença de em 2019, quando ele fundou uma companhia limitada chamada “Ozzy Tree Service and Lawn Care”, segundo a Divisão Estadual de Corporações. Um ano depois, ele mudou o nome da empresa para “Ozzy Pet Grooming”.

Uma semana depois que Sugar morreu, Sanchez teria ligado para os tutores em uma noite para saber quem havia feito uma queixa criminal contra ele. Sanchez está sendo acusado de dois crimes: prática de medicina veterinária sem licença e crueldade animal resultante em dor, sofrimento e morte. Sua fiança foi fixada em US$ 60 mil (aproximadamente R$ 300 mil), que foi paga antes de ser liberado, no último sábado (12).

O jornal local, The Washington Post, tentou falar com Sanchez, mas não obteve respostas. Nos registros do tribunal não constam um advogado de defesa. Osvaldo “Ozzy” Sanchez deve ser indiciado no dia 5 de setembro e pode pegar 10 anos de prisão caso seja condenado pelas acusações.

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