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Tutores de cães intoxicados pedem indenização de mais de R$ 100 mil; empresa se manifesta

Divulgação/Bassar Pet Food
Tutores pedem indenização e cobram posicionamento efetivo de marcas  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Bassar Pet Food

Publicado em 09/10/2022, às 14h14   Redação Bnews


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Os tutores de cães que foram intoxicados começaram a acionar a Justiça para buscar indenização por causa do ocorrido. Uma das famílias vítima da contaminação pede mais de R$ 100 mil por danos morais e materiais.

Pouco mais de um mês do primeiro caso de morte revelado, os advogados começaram a se mobilizar contra a empresa Bassar Pet Food, fabricante dos petiscos que, segundo apuração policial, podem ter causado intoxicação e morte de animais. Os tutores que pedem mais de R$ 100 mil, tiveram que gastar R$ 30 mil em tratamentos para cinco cachorros e ver dois deles morrerem.

A advogada Silvia Valamiel, de Belo Horizonte, está representando duas ações. Uma delas é da primeira família que suspeitou dos petiscos no final de agosto.

"As pessoas que compram este tipo de petisco para os pets têm uma relação muito grande com os animais. Os pets para eles são membros da família", pontuou a advogada ao R7.

Ela ainda acrescentou: "Eu tenho um cliente que tinha um cão saudável, mas hoje o animal precisa fazer hemodiálise". "Neste caso, ele passou a gastar R$ 300 por mês com uma ração especial para animal com problema renal, sendo que antes comprava um pacote de R$ 170 que durava dois meses", continuou.

De acordo com a advogada, ela entrou em contato com a empresa para avaliar a possibilidade de ajuda no tratamento do pet, mas recebeu uma negativa como resposta.

"Eles falaram que estão restituindo os valores pagos pelos petiscos e que não vão pagar as consultas com veterinário até o fim da investigação. A empresa alega que não tem responsabilidade sobre isto, já que a substância contaminada saiu da fornecedora dela", contou.

A empresa foi procurada pelo R7, mas não quis falar sobre dar ajuda aos tutores dos animais intoxicados. Apesar disso, ela afirmou que está ajudando nas investigações, já fechou a fábrica e recolheu todos os produtos do mercado. A Bassar ainda ressaltou que comprou a matéria prima propilenoglicol, contaminada com monoetilenoglicol, da empresa Tecno Clean.

Outros casos

Não foi apenas em Minas Gerais que teve caso de cães intoxicados, há diversos registros de pets contaminados pelo país. Segundo um grupo de tutores, o número de óbitos já está perto de 100.

Em São Paulo, o advogado Fábio Baileiro está representando 30 tutores. Em um dos casos, ele solicita uma indenização de R$ 46.697. A ação já foi enviada à 3ª Vara do Juizado Especial Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP)

De acordo com Fábio, pelo menos mais 10 processos serão protocolados nos próximos dias. "Demoramos para entrar com as ações porque estamos reunindo muitos documentos, como laudos, registros", contou.

O advogado revelou que as indenizações pedidas à Bassar variam de R$30 mil e R$70 mil. "Vamos pedir danos morais e materiais. Isso inclui todo o reembolso que os clientes tiveram durante o tratamento mais a indenização pela morte", afirmou.

A Tecno Clean se pronunciou afirmando que não produz a matéria prima, mas sim revende lotes comprados em outra empresa.

Em uma conta no Instagram, chamada Petiscos Intoxicados, tutores de cães vítimas de contaminação se reúnem para compartilhar sua triste experiência. Nos últimos dois dias, quatro mortes de cachorros foram anunciadas.

A conta ainda critica a gestão das empresas envolvidas no escândalo e cobra um posicionamento mais efetivo delas. "GESTÃO DE CRISE ZERO! Nunca imaginamos que empresas tão grandes seriam tão amadoras, em todos os sentidos!", escreveu. 

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