Cidades

Familiares e amigos se reúnem para missa em memória das vítimas soterradas

Publicado em 04/05/2015, às 05h44   Rodrigo Daniel Silva (Twitter: @rodansilva)


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Meu Deus, por que nos abandonastes se sabias que não eramos Deus? Esta é uma pergunta que certamente ronda as cabeças dos que perderam os familiares e os amigos na tragédia que vitimou 15 pessoas no dia 27 de abril, em Salvador. São muitos porquês e nenhuma resposta neste momento de dor. Na manhã deste domingo (3), uma missa celebrada na Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, no Alto do Peru, lembrou o drama e confortou os que se sentem abandonados.
“Esse é o momento de viver a fé. Essa é a hora de muitos porquês e de procurarmos uma resposta para justificar a dor”, disse Dom Gilson Andrade da Silva, em sua homilia. “Sempre existe o sol que ilumina a luta e não é a catástrofe que dá a última palavra. Ele [Deus] sempre dá a última palavra”, acrescentou.
Sempre existe o sol que ilumina a luta e não é a catástrofe que dá a última palavra, disse Dom Gilson Andrade 
Familiares e amigos de 11 das 15 vítimas estavam presentes na missa. Ivone de Oliveira, tia de Elaine e Samuel, acompanhou a celebração e ressaltou a dor que ainda sente. “É muito grande. Nenhuma palavra conforta. Foi muito difícil, muito difícil. Fica na lembrança”, falou. 
A chuva que caiu na manhã deste domingo trazia a lembrança daquela triste tragédia do dia 27. A técnica de informática, Maria de José da Silva, de 55 anos, amiga da família de Magnólia Paim dos Santos, que morreu no deslizamento de terra, também estava na missa. “A gente se encontrava sempre. Fazíamos reuniões de família, Magnólia era muito alegre”, disse, lembrando que a filha de Magnólia, Cássia Vitória Paim, a mãe, Maria José dos Santos e Roberto Ubiratan, todos da mesma família, também morreram na tragédia. “Fica uma saudade, a perda é muito grande”, emendou. 
Na homilia, Dom Gilson Andrade confortou os familiares dizendo que “na morte dos entes queridos, eles estavam acompanhados porque Deus nunca nos deixa sozinhos”. Também pediu para perdoar os culpados. “Mas, o perdão que não significa a retirada da responsabilidade”, ressaltou. “Onde há ameaça a vida é onde nosso olhar deve se voltar”, disse, salientando as ações públicas devem preferencialmente beneficiar as áreas menos favorecidas. 
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Nota originalmente postada dia 3

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