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Aumento da tarifa de ônibus revolta moradores de Porto Seguro que classifica serviços como "vergonhosos"; prefeitura rebate

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Duas empresas prestam serviço ao município, a Águia Azul e a Viação Cidade de Porto Seguro, esta última suspeita de envolvimento em fraudes de licitação  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Ascom / Prefeitura

Publicado em 03/01/2018, às 14h00   Redação BNews



Revoltados com a qualidade do serviço do transporte público, diversos moradores da cidade de Porto Seguro, no sul da Bahia, ficaram revoltados com o aumento da tarifa dos ônibus. No último dia 30, a prefeitura anunciou que as passagens serão reajustadas para R$ 3,25. O contrato de concessão das empresas com o município, de acordo com o Executivo, prevê a necessidade de reajustes anuais para a recomposição inflacionária, baseados nos custos administrativos, pessoal, combustíveis e Índice Geral de Preços ao Consumidor (IGPM).

Segundo nota divulgada pela prefeitura, o resultado desta fórmula em 2017 chegava a um aumento de 8,0671% da tarifa atual, totalizando o valor de R$ 3,40. No entanto, o município conseguiu a redução de 50% no valor desta nova tarifa. “Entramos em campo nesta negociação pensando na realidade da população de Porto Seguro, mas também levando em conta o que está previsto na lei e no contrato. Nosso objetivo é cobrar um serviço mais eficiente e que atenda de forma positiva as necessidades de todas as comunidades do município”, diz trecho de nota.

No entanto, de acordo com a população, o serviço prestado é de má qualidade. “Serviço péssimo, ônibus sucateados, isso por que é a Terra Mãe do Brasil, se fosse a madrasta era bem pior”, reclama um morador. 

Outro destacou: “isso acontece porque quem coloca dinheiro na campanha desses políticos são empresários que usam das doações como meio de investimento. Com o dinheiro sendo doado a vereadores e prefeitos por empresários, eles certamente só irão defender os interesses deles”.

Um usuário do serviço detalha. “Serviços vergonhosos! Não tem pontos de ônibus cobertos para abrigar do sol ou chuva, uma rota de 20 minutos leva-se 60 minutos. Um motorista para dirigir, cobrar, prestar atenção no embarque e desembarque... Ainda tem coragem de fazer reajustes com ônibus velhos e em mau funcionamento”.

Outro morador contou que “andar de ônibus em Porto Seguro é um sacrifício”. “Acho que as empresas deveriam respeitar mais o usuário desse serviço, porque dinheiros elas ganham, e ainda por cima querem tirar as lotações, que dão o suporte quando não se tem o serviço de qualidade”.

População reclama dos serviços

Em contato com o BNews, o secretário de Comunicação do município, César Aguiar, afirmou que o serviço é “muito bem prestado pelo município”. “As empresas vêm atendendo bem. Lógico que estamos falando de máquina. Acontece de um carro ou outro quebrar. Vou pedir que a secretaria responsável intensifique as fiscalizações do serviço. O próprio prefeito já pediu isso”, disse. 

Ainda durante entrevista, o secretário alertou que um grupo atua clandestinamente na cidade. “Há um conflito de interesse no município, de diferentes transportes. Temos aqui uma vertente de transporte que ele é clandestino, que tenta se incorporar na população, e a prefeitura toma esse cuidado para que não opere. Claro, que a prefeitura tem que permitir apenas o que é regular. No dia que for regularizado, a prefeitura vai dar a concessão, assim como acontece com os táxis”, detalha.

Duas empresas prestam serviço ao município, a Águia Azul e a Viação Cidade de Porto Seguro, esta última suspeita de envolvimento em fraudes de licitação, em 2011. A empresa venceu uma licitação em 2011, obtendo um prazo de concessão de 20 anos, com faturamento previsto estimado em R$ 230,5 milhões.

Na época das acusações, ao site, o representante da empresa Viação Cidade Porto Seguro, Cláudio Borges, disse por nota que os trâmites do processo licitatório em questão foram cumpridos à risca pela empresa e que, portanto, “as denúncias não procedem”.

Já Gilberto Pereira Abade, prefeito de Porto Seguro em 2011, disse que a empresa Viação Cidade Porto Seguro não recebeu informações privilegiadas, nem antecipadas, sobre o edital.

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