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Fábio Vilas-Boas pede proibição de guerra de espadas: "Ato de vandalismo"

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Secretário de Saúde reconhece a "tradição baiana" mas diz que hoje em dia é preciso compreender o risco da prática: "Rogo para que haja repressão"  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 24/06/2020, às 09h39   Redação BNews


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O secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, alertou para o risco das tradicionais guerras de espadas no interior da Bahia, após imagens da prática em diversas cidades circularem nesta terça-feira (23).

Vilas-Boas reconhece que a guerra é uma "tradição baiana", mas que com as informações disponíveis hoje em dia é preciso barrar prática junina: "É um ato de vandalismo [...] deveria ser considerado crime".

Em entrevista à Rede Bahia, o secretário lembrou a sua experiência como estudante de Medicina em estágios em municípios onde a guerra de espadas é um hábito local, como Cruz das Almas e Senhor do Bonfim.

Ele alertou ainda para o perigo da fumaça gerada, que inflama as vias aéres, sendo ainda mais arriscado em tempos de crise de Covid-19, que pode atacar justamente o sistema respiratório.

"Tive a oportunidade de ver de perto como é a guerra de espadas, alto risco. Tem que ir de capacete, casaco de couro, duas calças jeans, um abiente de fumaça terrível que irrita as vias aéreas e nessa época de Covid é extremamente prejudicial ao pulmão [...] o hospital em Santo Antônio de Jesus sempre cheio de queimados, pessoas com sequelas de espadas. Rogo para que haja repressão, que seja proibido e reprimido de forma ostensiva pelas cidades", apelou o secretário.

FLUXO NO INTERIOR

Sobre as pessoas que deixaram a capital para passar o São João no interior do estado, Vilas-Boas deu um testemunho e falou sobre a média na taxa de contágio:"fui a Jaguaquara essa semana e no retorno era impressionante a quantidade de pessoas indo pro interior. Enfim, conseguimos ficar na taxa entre 3% e 3,5% na taxa de contágio ao dia. Mas temos problemas, por exemplo, em Feira, onde a taxa está em 5% e ainda em crescimento, também tem problemas em Vitória da Conquista, Teixeira de Freitas, Gandu, Valença. Nossa missão é avaliar os 417 municipios e avaliar essas cidades que passam da média de contágio do estado de 3,5 %".

O secretário afirmou que há um período de interiorização da pandemia para municípios de pequeno e médio portes: "Tem também o processo de migração de São Paulo para cá, principalmente através de ônibus clandestinos. Temos também municípios que adotam estratégias inadequadas de abrir o comércio como Conquista e Feira. Eles abrem o comércio, os casos dispara, eles voltam atrás e têm que fechar de novo".

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