Coronavírus

Mesmo com escolas preparadas, secretário de Educação pede cautela sobre volta às aulas: 'taxa de morte em alta'

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O governo sofre pressão para a volta das atividades  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/ BNews

Publicado em 16/02/2021, às 07h56   Nilson Marinho


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O governo do estado da Bahia vem enfrentando pressão para o retorno às aulas presenciais em instituições públicas e privadas, mas a grande preocupação da gestão é o aumento dos números de casos da Covid-19, a grande procura pelos centros de tratamento do vírus e a alta de mortes em decorrência da doença. Segundo o secretário estadual da Educação, Jerônimo Rodrigues, as unidades de ensino estão preparadas para a volta das atividades, mas o momento exige cautela. 

“Nós não temos essa condição agora [ de voltar]. Neste último final de semana, por exemplo, o governador foi muito duro com a sociedade baiana garantindo que a gente não pode vacilar. Em quatro dias tivemos a média de 60% de óbitos diariamente, então, não estamos dispostos a aumentar esses números. Temos municípios no estado da Bahia, como Itabuna, Ilhéus e Feira de Santana, que estão com saturação de leitos, chegamos a 100% de ocupação. Aqui, em Salvador, nós estamos com a média de 70 a 75% de leitos ocupados. Todos nós estamos muito agoniados, queremos voltar às aulas, é prejuízo para [o ensino] infantil, de adultos, seja na creche e nas universidades, temos essa clareza”, disse o secretário, em entrevista à TV Record Itapoan nesta terça-feira (16).  

O secretário municipal de Saúde de Salvador, Leo Prates, também em entrevista à emissora, afirmou que o número de pacientes de Covid internados na UPAs que precisaram ser encaminhados para centros especializados é similiar ao período mais crítico da pandemia. Ele também demonstrou preocupação com a possível volta às aulas.

"Nos últimos dias, nós tivemos um agravamento da crise, é inegável. Nós temos unidades hospitalares com 100% de ocupação, algumas delas em Salvador. A pressão nas UPAs aumentou absurdamente, só para ter uma ideia, no alto da pandemia, eu cheguei a regular 60 pessoas, no sábado, eu regulei 53 pessoas, ontem, regulamos 48 pessoas. Então, é inegável que o sistema de saúde está sob pressão, em cheque. Neste momento, não temos condições de abrir nada, pelo contrário, a análise é que se a gente não baixar os números, vamos ter que tomar medidas restritivas", disse Prates.

Decisão

Nesta segunda (15), o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) suspendeu duas liminares que pediam o retorno às aulas nas escolas públicas da Bahia e nas instituições privadas da capital baiana. O presidente do TJ-BA, o desembargador Lourival Trindade, argumentou que a volta ao ensino presencial, "além de vergastar, desapiedadamente, o princípio da separação dos Poderes, vem ocasionando incontrastável risco de lesão à ordem e à saúde públicas estaduais".

O último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) sobre a Covid-19 registrou 63 óbitos. O órgão informou à imprensa que apesar das mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados no início da semana. Na semana passada, ainda de acordo com a Sesab, os números de mortes e de novas infecções demonstraram uma tendência de crescimento, o que ocasionou o aumento no número da taxa de ocupação dos leitos de UTIs. Na Bahia, nas últimas 24 horas, foram registrados 1.796 casos de Covid-19.

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