Coronavírus

Sem sedativos, pacientes com coronavírus são amarrados em macas

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A Secretaria de Saúde do estado alega que não recebeu nenhuma denúncia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ TV Globo

Publicado em 22/02/2021, às 23h19   Redação BNews


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Pacientes graves de Covid-19 estão sendo amarrados nas próprias macas por falta de sedativos no Hospital Regional Dr. Jofre Matos Cohen, em Parintins, no interior do Amazonas. Os doentes, que estão intubados e inconscientes, passaram o último final de semana com os punhos presos às camas.

O caso foi divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Jornal Nacional, da TV Globo, e deve ser investigado pela Defensora Pública. A Secretaria de Saúde do estado alega que não recebeu nenhuma denúncia. 

"[Sem sedativos] A primeira coisa que pode acontecer é uma autoextubação, ele [paciente] tira o tubo. Isso pode levar a uma parada cardíaca", explicou a presidente da Associação Brasileira de Medicina Intensiva (AMIB), Suzana Lobo, ao Jornal Nacional. 

"É desumano a gente imaginar uma pessoa que vai ser mantida numa ventilação mecânica sem estar sob analgesia e uma boa sedação. Ela vai sentir desconforto, ela vai sentir ansiedade, ela vai sentir medo... E tudo isso vai levar a consequências muito graves”, ressaltou.

De acordo com o Uol, mesmo com imagens comprovando a situação, a prefeitura de Parintins afirmou à reportagem que foi um caso isolado que se ocorreu devido a um "surto psicótico" em um doente. A contenção teria sido feita, segundo a administração municipal, "para deixar o paciente em segurança".

A Secretaria de Saúde de Parintins negou que medicamentos para sedação de pacientes estejam em falta, mesmo com a alta demanda. Já a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que recebido no sábado (20) uma solicitação de Parintins por sedativos e que teria sido cumprida no mesmo dia.

A Defensoria Pública adiantou ao Jornal Nacional que vai notificar a prefeitura de Parintins e a direção do Hospital Jofre Cohen "para pedir esclarecimentos". "A depender dessa resposta, a gente vai, sim, analisar e considerar a propositura de ação judicial", aviou o defensor público Rafael Barbosa.

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