Coronavírus

Base de Bruno Reis comemora retorno das aulas; oposição contesta

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Retorno às atividades nas unidades de ensino estava condicionada a queda na ocupação dos leitos de UTI  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 23/04/2021, às 20h30   Henrique Brinco


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Vereadores da Câmara de Salvador comentaram  a decisão do prefeito Bruno Reis (DEM) de voltar às aulas presenciais no dia 3 de maio deste ano. O retorno às atividades nas unidades de ensino estava condicionada a queda na ocupação dos leitos de UTI. A cidade amanheceu com 75% de ocupação. Três pacientes de Covid-19 esperavam até às 11h20 uma transferência para um leito de tratamento. O retorno ocorrerá de forma semipresencial mediante ao cumprimento dos protocolos sanitários que deverão ser cumpridos por toda a comunidade escolar.

O líder do governo, vereador Paulo Magalhães Jr (DEM), considerou apropriado e prudente o anúncio. "A educação é essencial para construirmos uma nação e garantirmos o futuro das nossas crianças. Se hoje temos vacina é porque as pessoas passaram por salas de aula e, através da ciência, criou o imunizante. O ciclo do saber não pode ser interrompido. Claro que voltar de forma semipresencial em um momento como esse requer cuidado dobrado, cumprimento rígidos dos protocolos de segurança e isso será feito", disse. Magalhães ressaltou, ainda, o diálogo com a categoria dos profissionais de educação, antes da decisão.

"Vamos voltar de maneira prudente. Os atuais números epidemiológicos da cidade e a redução da pressão no sistema de saúde, demonstram controle da pandemia. É o momento certo para o retorno das aulas. Tivemos grandes avanços na vacinação de grupos prioritários , inclusive de trabalhadores da educação, e a hora é essa. Temos que correr atrás dos prejuízos educacionais gerados pelo coronavírus e com responsabilidade retomar a educação em nossa cidade", completou.

Para o vereador Claudio Tinoco (DEM), a reabertura das escolas na capital baiana é uma "vitória para a educação". "Foram mais de 400 dias de escolas fechadas em Salvador e na Bahia. Infelizmente as nossas crianças sofreram e ainda sofrem muito com a ausência da escola. Com o avanço da vacinação da população soteropolitana, com 20% dos cidadãos imunizados, e com o início da vacinação dos profissionais de educação, teremos uma reabertura mais segura das escolas na cidade", disse Tinoco.

Tinoco ainda criticou o Sindicato dos Professores da Bahia (APLB) por ameaçar não voltar às salas de aula.  "O sindicato quer que as aulas só se iniciem após a totalidade dos profissionais da educação forem imunizados. Infelizmente essa não é a realidade do nosso país. Caso fôssemos esperar, os nossos alunos iriam perder mais um ano letivo completo sem aulas presenciais. Temos que lembrar sempre do compromisso com a educação e de que a prefeitura tem protocolos bem definidos para a volta às aulas. Precisamos que o sindicato colabore para que as nossas crianças sejam priorizadas nesse momento".

A oposição, contudo, contesta. Líder da bancada, a vereadora Marta Rodrigues (PT) disse que a retomada presencial das aulas em Salvador não pode acontecer em clima de insegurança e conflito com a categoria de professores, trabalhadores da área da educação e as famílias dos estudantes.  Segundo ela, "a prefeitura precisa dialogar melhor com os envolvidos para encontrar soluções, ao invés de fazer imposições".

"Os professores serem vacinados é um passo,  mas precisamos pensar na complexidade da rede municipal que, além deles, envolve trabalhadores como merendeiros,  funcionários de limpeza, agentes de desenvolvimento, vigilantes, dentre tantos, e também o transporte público", cita.

Marta pontua, por exemplo, que Salvador vive uma crise no transporte de ônibus, principal meio de locomoção dos estudantes da rede municipal.  Em ofício enviado à Secretaria Municipal de Educação, ela questionou o protocolo de adaptação das unidades escolares, descrição das intervenções e investimento total em infraestrutura na rede básica de educação para adequar a unidade escolar com o protocolo sanitário do retorno, além das diretrizes pedagógicas. “Enviamos o ofício e não obtivemos as respostas. “A categoria é extensa e diversa em suas idades. Tudo tem que acontecer com muita estratégia para não colocar, em hipótese alguma, colocar vidas em risco, dos profissionais, dos alunos e das famílias”, disse a edil.

O presidente da Casa, Geraldo Júnior (MDB), avalia que "chegou o momento de voltarmos com parcimônia e segurança às atividades escolares em nossa cidade".  "Não podemos mais manter nossas crianças e jovens longe da convivência escolar, foi muito difícil esse isolamento, mas é hora de sacudir a poeira e retornar nossas atividades com muita disposição e coragem, mas mantendo sempre o distanciamento e o uso obrigatório de máscara e a higiene das mãos, além de todas as recomendações de nossas autoridades para venceremos juntos essa guerra", assegura.

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