Coronavírus

CPI da Pandemia: Queiroga volta a se esquivar sobre uso da hidroxicloroquina em pergunta de Otto Alencar

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Atual ministro da Saúde depõe nesta quinta-feira (6)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 06/05/2021, às 14h03   Redação BNews


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O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a se esquivar sobre sua opinião a respeito da utilização de medicamentos como cloroquina e  hidroxicloroquina no tratamento ao novo coronavírus. Queiroga depõe nesta quinta-feira (6) na CPI da Pandemia.

Participando remotamente, o senador Otto Alencar (PSD) lembrou que a Sociedade Brasileira de Cardiologia - que Queiroga presidia antes de assumir a pasta - não recomenda o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, associada ao não a azitromicina, para o tratamento da covid-19. 

Alencar, que também é médico de formação, perguntou se o ministro concordava ou não com a orientação da entidade. Mais cedo, no início da sessão, o ministro se esquivou de responder um questionamento no mesmo sentido feito pelo relator da comissão Renan Calheiros (MDB).  

Queiroga repetiu a tática mas acabou assumindo que o medicamento oferece risco para o paciente que porventura seja portador de uma arritmia, podendo levar o indivíduo a ter uma parada cardíaca. "A prescrição é feita por médicos. O Médico tem autonomia para prescrever o que julga melhor", disse o ministro.

"O senhor não consegue responder objetivamente sim ou não. Eu perguntei se o senhor concorda ou não com a Sociedade Brasileira de Cardiologia", rebateu o baiano. Alencar lembrou que em diversas ocasiões o presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), incitou a população a utilizar esses medicamentos.

Na avaliação de Alencar, Queiroga deveria orientar Bolsonaro a não fazer esse tipo de discurso. "Ele é líder, teve uma votação expressiva. As pessoas seguem o que ele diz", argumentou. Após intervenção de Alencar, o senador Randolfe Rodrigues (Rede) questionou ao ministro se ele, que é cardiologista, prescreveria a medicação a um paciente. 

"Estou aqui como ministro de Estado", respondeu. 

Vacinação

Antes de Alencar, o senador Eduardo Braga (MDB) questionou sobre o cronograma de vacinas até dezembro deste ano, e pediu que a CPI tenha acesso ao documento. O senador lembra que o País precisa de pouco mais de 89 milhões de doses para terminar a vacinação do grupo prioritário. 

"Quando teremos a entrega das doses que faltam?", indagou. O ministro diz que o cronograma está sendo atualizado semanalmente e que existem variáveis - como a entrega de insumos e aprovações por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Estamos trabalhando fortemente para conseguir as doses faltantes", disse, acrescentando que o sistema de saúde brasileuiro tem condições de agilizar a campanha de imunização - desde que adquira as vacinas. 

Queiroga também falou que, além da aquisição de doses prontas de imunizantes contra a covid-19, é necessário  fortalecer a produção de vacina pelo Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Questionado sobre o motivo de o ministério não ter feito uma campanha para uso de máscara, distanciamento e uso do álcool gel, Queiroga se esquivou dizendo que tem dialogado diariamente com a imprensa e que tem atuado para ampliar a imunização. 

"O ministério precisa imediatamente entrar com uma campanha massiva para informar - e não desinformar - a respeito do uso de máscara e realização de distanciamento", avaliou Braga.

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