Coronavírus

Atleta é criticada após comparar mortes de Irmão Lázaro e Paulo Gustavo: "Foi para o inferno"

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Intolerância gerou revolta entre os torcedores e algumas jogadoras da seleção e de outros clubes brasileiros  |   Bnews - Divulgação BNews/Divulgação

Publicado em 09/05/2021, às 19h04   Folhapress


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Chú Santos, atacante do Palmeiras e da seleção brasileira, tem sido duramente criticada por torcedores e jogadoras após fazer um comentário preconceituoso sobre o humorista Paulo Gustavo, que morreu na terça-feira (4) vítima da Covid-19. Em um comentário no Facebook, Chú afirmou que o humorista "foi para o inferno".

O comentário foi feito em uma publicação de outra pessoa, que falava sobre as diferenças entre o vereador evangélico Irmão Lazaro (PL) e Paulo Gustavo, homossexual e umbandista. Ambos foram vítimas da Covid-19.

A intolerância gerou revolta entre os torcedores e algumas jogadoras da seleção e de outros clubes brasileiros. Marta foi uma das primeiras a se posicionar.

"Não julguem. Só Deus pode julgar, tá? Ninguém sabe o dia de amanhã, não é isso? Ninguém pode julgar ninguém: quem vai para o céu, para o inferno. Isso aí é com Deus", opinou a jogadora do Orlando Pride e da seleção brasileira.

Também via redes sociais, a atacante Cristiane foi mais incisiva e disse estar "triste por descobrir o tipo de pessoas" que estão ao seu redor.

Outra atleta da seleção brasileira que se manifestou contra o comentário de Chú foi a lateral Tamires, que defende o Corinthians. "Uma família pode ser de dois pais, duas mães, um pai e uma avó, um tio e uma tia... O que existe é o amor", escreveu em suas redes sociais e creditando o próprio Paulo Gustavo, que é o autor da frase.

A Lei Federal nº 7.716 (1989, editada em 1997) prevê pena de reclusão de dois a cinco anos a quem cometer "crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional". Já o Superior Tribunal Federal (STF), em decisão de 2019, permitiu enquadrar como crime o ato de "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" com base em homofobia. Não há, no entanto, uma lei sobre o tema.

Após a repercussão negativa, Chú pediu desculpas em um vídeo publicado em suas redes.

"Da mesma forma que tive peito de ir lá e comentar no Facebook eu também tenho peito de vir aqui me desculpar com vocês. Pode ter certeza que não vai mais acontecer. Foi um impulso e acabou gerando esse comentário", argumentou. "Quero pedir desculpa a todos, se atingiu vocês de alguma forma, se não foi do agrado de vocês. Não só desculpa, quero que me perdoem.", disse.

Procurada pelo UOL Esporte, a assessoria do Palmeiras afirmou que o clube tem conhecimento do caso e que "tratará o ocorrido internamente".

O Palmeiras joga neste domingo (9), às 20h, contra o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro Feminino. As duas equipes brigam diretamente pela liderança: o Alviverde lidera com 13 pontos, seguido pelo Alvinegro (12).

Classificação Indicativa: Livre

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