Justiça

Possíveis candidatos a presidente da OAB-BA trocam farpas e campanha antecipada pega fogo

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Antonio Menezes, Gamil Fopel, Fabrício Castro e Luiz Coutinho concederam entrevista ao BNews; Luiz Viana preferiu não se pronunciar   |   Bnews - Divulgação Montagem // Reprodução

Publicado em 03/11/2017, às 14h33   Rafael Albuquerque


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Em novembro de 2015, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA), Luiz Viana Queiroz, foi reeleito para o triênio 2016/2018 com 9.519 votos (53,54% do total de eleitores), cerca de quatro mil votos a mais que o segundo colocado, Carlos Rátis, que contabilizou 5.514 votos (31,91%). Apesar da distância para as próximas eleições, o embate já se instalou, pelo menos nos bastidores. Ninguém fala abertamente, mas situação e oposição se mobilizam para eleger os seus.

Saiu na imprensa nesta sexta-feira (3) que uma suposta pesquisa interna da OAB-BA dá conta de que tanto na capital quanto no interior houve o crescimento dos nomes da oposição: Gamil Föppel e Antonio Menezes, este último ex-vice-presidente da gestão de Saul Quadros. Os números mostrariam que nomes ligados ao atual presidente Luiz Viana, Fabrício de Castro Oliveira e Luiz Coutinho, estariam perdendo musculatura.

Diante da corrida antecipada pelo maior posto da advocacia baiana, o BNews procurou os principais nomes especulados. À reportagem, Gamil afirmou ter recebido com “surpresa a notícia” e alertou: “não fizemos pesquisa. Essa pesquisa não é nossa”. Sobre uma possível candidatura, o advogado diz que está “muito feliz” com os pedidos de colegas para sua candidatura, mas pondera: “não vamos definir agora, é uma coisa para o ano que vem. Mas estou sempre à disposição para servir a classe". 

O nome de Gamil, apesar de ter força na classe, não é unânime. Diante do impasse, surge uma outra vertente que apoia Antonio Menezes, já experimentado em gestões anteriores e que ganhou elogios do próprio Gamil: “é um nome excelente. Tem qualidades incontáveis”. Föppel também faz duras críticas à gestão atual: “deixa a desejar em aspectos internos de proteção aos advogados. E na gestão, não sabemos como vai estar a OAB daqui a cinco, dez anos”.  Sobre uma suposta politização da OAB e proximidade da gestão atual com o PT, ele tergiversou: “não vou me manifestar. A classe vai ter quer avaliar”. 

Antonio Menezes, por sua vez, relacionou os dados dessa suposta pesquisa a uma “insatisfação da classe com a atual gestão”. Engrossando o coro de todos que têm a pretensão de uma futura candidatura, Menezes também disse que não se apresenta como candidato, e que por isso “a pesquisa é uma surpresa”. Questionado sobre a falta de consenso ainda com relação ao nome da oposição, o advogado também afagou o colega: “Gamil também é um nome muito bom”. Para ele, o motivo da insatisfação da classe com a atua gestão é que “o grupo está há seis anos no comando e muito do que se prometeu não foi cumprido”. 

O advogado Fabrício Castro, que segundo informações de bastidores seria o preferido de Viana para sucedê-lo, acusou a oposição de antecipar o processo eleitoral e rebateu as denúncias de omissão da gestão atual: “a avaliação que a gente tem é de que a gestão de Luiz Viana é muito bem avaliada pela classe. Faz o maior trabalho da história da Ordem. Não acredito nessa avaliação de que a oposição está subindo. Não dou crédito a essa pesquisa”. 

Castro afirmou que além de seu nome e do de Coutinho, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados da Bahia (Caab) na atual gestão, há outras possibilidades: “existem mais nomes, como o da vice-presidente Ana Patrícia (Dantas Leão). O meu e o de Coutinho apenas são os mais falados”. “No ano que vem vamos ter uma definição e vamos ganhar essa eleição”, cravou Fabrício em contato com o BNews

Com relação à influência política na gestão de Viana, o advogado disparou: “é lamentável querer partidarizar a Ordem. A Ordem muitas vezes desagrada a gregos e troianos. As pessoas não podem tentar trazer as suas vinculações para dentro da Ordem. Algumas pessoas da oposição têm vínculos políticos que não podem ser trazidos para Ordem. Não podemos trazer a política partidária pra dentro da Ordem”, finalizou, sem citar nomes, mas mandando um duro recado aos oposicionistas, que teriam uma relação estreita com o prefeito ACM Neto, segundo informações obtidas pela reportagem. Por fim, Fabrício salientou que “há uma antecipação clara e evidente da campanha. Há um inconformismo com a derrota anterior”.

Luiz Coutinho afirmou à reportagem que não tem vinculação partidária e que “é cedo para falar na eleição”: “estamos na metade do mandato. As coisas têm que se encaminhar no tempo certo”. Em discurso alinhado com Fabrício, Coutinho afirmou que “há vários nomes no grupo” e que a “oposição quer antecipar o processo”. Mas deixou um recado: “a pessoa tem que ter experiência”. Acusado por alguns oposicionistas de comandar uma gestão omissa, o presidente Luiz Viana foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar. Diante do cenário que se desenha, os advogados podem esperar uma das eleições mais disputadas na OAB-BA nos últimos tempos.

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