Justiça

Garimpo para o STF: Mendonça desembarca em Salvador para tentar se reunir com senadores baianos

Isaac Amorim/MJSP
Bnews - Divulgação Isaac Amorim/MJSP

Publicado em 28/07/2021, às 09h00   Victor Pinto


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O indicado do Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, deve desembarcar em Salvador ainda nesta semana. Ele pretende conversar com os senadores Jaques Wagner (PT), Otto Alencar (PSD) e Angelo Coronel (PSD). 

Mendonça busca arregimentar o maior número possível de votos e tenta cumprir a tática da conversa olho no olho na busca pelo convencimento para assumir a cadeira deixada pelo ministro Marco Aurélio, que pediu aposentaria e se afastou da suprema corte em julho. 

Ele não tem tido vida fácil para conseguir o feito, pois há uma resistência natural de alguns pelo fato de ser muito alinhado com as hostes bolsonaristas e para desmistificar essa pecha tem feito o périplo durante o recesso parlamentar. 

O senador Angelo Coronel (PSD) contou não saber de nenhuma tratativa sobre o encontro, diferente do senador Jaques Wagner (PT). 

Procurado pelo BNews, o petista confirmou que recebeu uma ligação de Mendonça confirmando a intenção do encontro. O desembarque deve ocorrer até o fim de semana. Wagner deixou claro que recebê-lo não será um sinal de apoio, mas por ser um ministro de Estado e candidato a uma vaga ao Supremo assim o receberá por protocolo. 

Já o senador Otto Alencar disse que não estará em Salvador nesta semana e não recebeu nenhuma ligação do pretenso ministro. Questionado se já esteve com Mendonça em Brasília, respondeu: “Eu recebi de forma institucional antes dele ser indicado pelo presidente Bolsonaro ao STF, gesto normal em casos dessa natureza”. 

CORRIDA - A indicação de Bolsonaro por Mendonça já foi enviada ao Senado, mas ainda precisa ser lida em Plenário. Depois, o indicado terá que passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). A última sabatina para esse cargo, do ministro do STF Nunes Marques, durou dez horas.

De acordo com a Agência Senado, o parecer, aprovado ou rejeitado pela CCJ, seguirá para o Plenário, que decidirá sobre a indicação. Para que o nome seja aprovado, são necessários os votos da maioria absoluta, ou seja, de pelos menos 41 senadores. Os votos, tanto na comissão quando no Plenário, são secretos.

Se tiver o nome aprovado, Mendonça, que tem 48 anos, poderá ficar no STF por 27 anos, até se aposentar.

Doutor em Direito, Mendonça fez sua carreira no serviço público como advogado da União e também atuou como ministro da Justiça no governo de Bolsonaro. Na sabatina, assim como ocorreu com Nunes Marques, devem ser temas recorrentes a posição do indicado sobre prisão em segunda instância, foro privilegiado e a Lava Jato.

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