‘O cara não tá nem aí pro mundo, pras leis, não se arrepende’, lamenta mãe de publicitário morto em 2014

A mãe do publicitário Daniel Prata, morto em um acidente de trânsito no Itaigara em 2014, confessou que perdeu a crença na Justiça brasileira. O advogado que teria provocado o acidente que vitimou seu filho e deixou uma médica que estava no carona em estado grave continua livre, vivendo normalmente.

Graça Paschoalick disse ao Balanço Geral nesta quinta-feira (2) que várias vezes já pensou em desistir do processo, mas que amigos e seus advogados a pediram para continuar. O caso está parado, pois o processo está sendo digitalizado e, somente depois disso, o acusado irá a júri popular.

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“É pra gente acreditar em celeridade? É pra dar risada, isso sim. Eu não desejo para ninguém o que estou passando. Perdi o crédito na Justiça brasileira. Fico forte e firme de vez em quando porque estou medicada, mas me sinto machucada e despedaçada. É muito dolorido, a gente sofre muito, eu ainda choro, sinto muito a falta dele. Até hoje, não consegui ver o vídeo com o momento da batida. Não consigo mexer nas fotos ou roupas dele. Me faz mal”, lamentou Dona Graça.

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Ele destacou que o advogado que provocou a batida estaria bêbado, dirigindo a quase 150 km por hora e, pouco antes, tinha sido expulso de uma boate. Mesmo assim, não ficou preso e ainda reincidiu na direção sob efeito de álcool em 2018, sem qualquer prejuízo para a sua liberdade. 

“Não o odeio, mas tem momentos que sinto muita raiva dele. Além de matar meu filho, ele invalidou uma pessoa que estava com meu filho. Anos depois foi pego em uma blitz e, se não fosse isso, podia ter provocado mais um acidente. O cara não tá nem aí pro mundo, pras leis, não sofre nenhum arrependimento”, reclamou a mãe do publicitário.

Dona Graça contou que mantém contato com a médica que estava ao lado de seu filho acidente; a mulher quase não resistiu ao impacto da batida. A vítima ficou em estado grave, teve 17 fraturas na costela, problema neurológico, entre outras sequelas. Ela teve que parar de trabalhar e reaprender sua profissão e até atividades básicas.

“Ela teve que reaprender a Medicina. Ela chegou quase morta ao hospital, mas agora está se recuperando e voltou a clinicar. Desistiu de ficar em Salvador e voltou a morar em Fortaleza”, detalhou.

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