Justiça
Publicado em 18/11/2021, às 08h28 Redação BNews
As advogadas Ana Patrícia e Daniela Borges, presidenciáveis à OAB-BA, tiveram direitos de respostas concedidos pela organização do debate da rádio Sociedade, quanto às farpas que trocaram no segundo bloco da atração. Na ocasião, os participantes puderam fazer perguntas e comentar as respostas de seus adversários.
Ana Patrícia teve direito de resposta concedido por ter sido chamada de "despreparada" pela concorrente durante uma pergunta. Ela ressaltou que poderia usar o espaço para insultar Daniela da mesma maneira, mas que não o faria.
"Prefiro acreditar que sua postura de desrespeito a mim é fruto de nervosismo e insegurança de um processo eleitoral. Jamais que a senhora usaria um debate para tentar desqualificar uma colega advogada", avaliou.
Na sequência, Daniela Borges teve também seu direito de resposta concedido, e defendeu que a eleição da ordem é uma oportunidade de observar propostas. Assim, ela avaliou que a crítica feita foi "política", para demonstrar a natureza de projetos e ideias.
"É importante não levar para o lado pessoal. De fato, o nervosismo atrapalha. As pessoas podem levar para o lado pessoal mas estamos aqui para em um momento muito sério para discutir propostas. É importante que a gente possa fazer críticas", defendeu.
No início do bloco, Borges perguntou a Ana Patrícia sobre uma ação proposta pela segunda com o objetivo de provocar a retomada dos atendimentos presenciais aos advogados pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A atual vice-presidente da OAB, afastada de suas funções políticas, avaliou que o questionamento era dúbio e infundado.
Ela rebateu a concorrente dizendo que a ação, proposta no último dia 3, havia sido admitida - ao contrário do que Daniela sugeriu.
“Causa estranhamento que a senhora, uma conselheira federal, comemore um despacho covarde de um magistrado que não quis assumir suas responsabilidade ou deferir a liminar que determinava a abertura dos fóruns ou indeferir aceitando as consequências da opinião pública", respondeu.
Na tréplica, Borges disse que a resposta de Ana Patrícia revela "despreparo", já que uma ação deste tipo depende da comprovação dos fatos alegados. "O que a candidata na verdade fez, no primeiro momento, foi uma ação de marketing. No segundo momento, uma fake news. Enquanto a candidata faz fake news, nós temos propostas reais", acusou.
Ao comentar a pergunta, Ricardo Nogueira avaliou que ambas candidatas têm origem no atual grupo que administra a ordem. "Como representante dos advogados autônomos e dos pequenos escritórios, nós não vimos nenhuma medida efetiva da ordem dos advogados", comentou.
Segunda pergunta
Na sequência, Ana Patrícia perguntou a Dinailton Oliveira sobre um pedido de impugnação da chapa de Daniela Borges, capitaneada por ele. Ele explicou que a representação ocorreu por abuso de poder político.
"Se utilizando de nossa instituição, a doutora Daniela, através dos aparatos de nossa OAB, faz publicidade indevida no site da Ordem. Se pudesse eu fazer outras representações, faria contra a senhora, por abuso de poder econômico", acusou.
Na tréplica, Ana Patrícia, dizendo apenas que a chapa encabeçada por Borges realizava esse tipo de prática, acusou a atual administração do órgão - que apoia a chapa de sua concorrente - de "confundir público e privado".
"Não se sabe onde termina a OAB e onde começa a campanha da candidata. A equipe de marketing da oab é a mesma da candidata. Talvez por isso tenha ocorrido uma confusão com a utilização da senha de acesso das redes sociais", opinou.
Daniela, por sua vez, disse que há uma tentativa de exploração política com o episódio da publicação nas redes sociais.
"Desde que isso aconteceu nós temos sido levianamente acusados sem que tenha ocorrido realmente nenhuma comprovação - apesar do presidente Fabrício Castro já ter ido à Polícia Federal fazer o pedido de investigação que tramita com todos os dados de quem tinha acesso a senha", rebateu.
Ela acrescentou ainda que membros da chapa adversária também tinham acesso a conta, e que sua chapa também tem interesse em elucidar o episódio.
Mais adiante, Ana Patrícia teve um pedido de direito de resposta negado pela organização do debate após Daniela Borges dizer que a proposta de Ana Patrícia de desconto de anuidade para advogados mais jovens provocaria um "rombo" na ordem.
Segundo Borges, considerando a atual inadimplência de 50%, mais a implantação de uma medida como esta, as receitas da ordem teriam uma redução de receita na ordem dos R$ 11 milhões.
Ainda segundo ela, o valor não cobria as despesas atuais da seccional e geraria um déficit de R$ 3,5 milhões por ano. Ana Patrícia pediu novo direito de resposta, e disse que Daniela estava "equivocada" ao dizer que ela desconhecia a realidade da instituição.
Contudo, desta vez o pedido não vingou.
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