Justiça

Anestesista preso por estupro afirma ser viciado em pornografia infantil

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Anestesista preso conta que tentava camuflar a busca por material pornográfico na internet com algumas siglas  |   Bnews - Divulgação Reprodução / TV Globo

Publicado em 20/01/2023, às 15h40 - Atualizado às 15h42   Cadastrado por Lorena Abreu


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Em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o médico anestesista preso por estuprar pacientes negou ter abusado sexualmente de crianças. No entanto, Andres Eduardo Oñate Carrillo, afirmou que tem compulsão por pornografia infantil, de acordo com informações da CNN Brasil.

No termo de declaração, ao qual a CNN teve acesso, consta que o “declarante (o médico) não sabe precisar o motivo pelo qual nutriu dentro de si a compulsão em ver e armazenar pornografia infantojuvenil; que o declarante esclarece que nunca chegou a abusar sexualmente de crianças, mas satisfaz sua libido vendo imagens e vídeos tanto de meninos, quanto meninas”.

Em outro trecho do depoimento, que foi prestado nesta segunda-feira (16), Carrillo conta que tentava camuflar a busca por material pornográfico na internet com algumas siglas. Além de buscar vídeos nas redes, o médico confessou que ele mesmo produziu as gravações de abusos de pacientes. E falou sobre como atuava dentro das unidade de saúde. “Aguardava a melhor hora (momento em que estivesse sozinho) e aproveitava”, disse à polícia.

O médico colombiano é suspeito de ter cometido ao menos dois estupros de mulheres que tinham sido sedadas por ele durante cirurgias em hospitais das redes pública e particular, em 2020 e 2021. Ele chegou a filmar os abusos, sendo um deles cometido contra uma idosa. As duas pacientes já foram ouvidas e afirmaram não lembrar de nada, já que estavam desacordadas.

O anestesista foi preso por estupro de vulnerável e armazenamento e compartilhamento de imagens de abusos contra crianças e adolescentes. A polícia informou que ele acumulava mais de 20 mil arquivos contendo imagens de pornografia infantojuvenil em seus dispositivos eletrônicos.

De acordo com o chefe dos anestesistas do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Jorge Calasans, o médico colombiano atuou na unidade por três anos e não costuma ficar sozinho com pacientes.

“Ele era supervisionado 100% do tempo. Não ficava sozinho com pacientes. Mas, esse pessoal, em momentos furtivos, que nem no outro caso que a gente já viu e que acaba maculando a especialidade, eles são especialistas em fazer esse tipo de coisa. Agora a polícia está apurando e da melhor forma vai ser resolvido”, disse.

Em julho do ano passado, o também médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, foi preso em flagrante após ter sido filmado estuprando uma paciente durante cirurgia de parto no Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que está agilizando o pedido de interdição cautelar do médico, a fim de evitar novos riscos à sociedade.

Depois da apuração do caso, poderá ser instaurado um processo ético-profissional. Se for considerado culpado, o anestesista pode ter o direito de exercer a profissão cassado.

Ainda de acordo com o Cremerj, na época dos casos, Andres Carrillo não possuía CRM e atuava de forma irregular, fato que também será apurado junto às unidades de saúde.

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