Justiça

Caso Henry: Monique pode voltar ao presídio após postagem em rede social

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Advogados de defesa dizem que postagens são Fake News e aguarda prazo para contestar recurso do MP  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 10/04/2022, às 08h52   Redação BNews


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Uma postagem nas redes sociais na página “Monique Inocente” que possui mais de 5.200 seguidores no Instagram, pode levar a mãe do menino Henry, Monique Medeiros da Costa Silva, de volta a prisão. Segundo o Ministério Público, a professora descumpriu a medida cautelar que concedeu a conversão da pena preventiva em domiciliar. Os advogados de defesa negam que a publicação no tenha sido feita por sua cliente, o que foi assumido por uma estudante paulista.

De acordo com reportagem do O Globo, o promotor Fábio Vieira alega que a professora teria se “envolvido em postagens nas redes sociais, apesar da proibição pelo juízo em sua decisão” e diante disso, solicita o retorno da professora ao regime fechado. Na publicação, feita na noite da última quarta-feira (7), horas após a saída dela do Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, havia um agradecimento aos advogados Hugo Novais e Thiago Minagé e a frase “A justiça tarda, mas não falha”.

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No texto do recurso do Ministério Público, o promotor disse que “embora não concordemos com alguns dos comentários, o abalo a ordem pública pode ser sentido por suas leituras”. Entre as mensagens, que já foram apagadas, estavam: “Sai da cadeia e vai direto para as redes sociais. Isso é Brasil. Que mulher é essa?”, “Nossa, que absurdo. A justiça desse país é uma bosta mesmo, estava tão confiante. É inacreditável mesmo, uma vergonha” e “foi solta e já está nas redes sociais. Revoltante”.

Neste sábado (9), uma estudante paulista, Nicole Nascimento Cruz, de 19 anos, assumiu a autoria da publicação nas redes sociais. Ela disse ter criado a página dias após a prisão de Monique e do ex-verador Jairo Souza Santos Júnior, o Juninho, pela morte do filho dela, Henry Borel Medeiros, no final de abril do ano passado.

“ Tenho acompanhado, durante todo esse tempo, essa luta da família Medeiros e a soltura dela foi realmente uma vitória para mim. Fiquei muito feliz com a decisão, resultado do trabalho árduo dos advogados, e resolvi fazer a postagem, com uma foto antiga dela, agradecendo. No início, acompanhava tudo pela imprensa, mas, conforme fui fazendo postagens, passei a interagir também com os parentes dela pelas redes sociais. Esse caso mexe muito com meu emocional por se tratar da morte de uma criança, mas desde o início vi que ela precisava ter voz”, disse a estudante.

Em nota, os advogados de Monique aguardam o prazo para entrarem com os argumentos de defesa em juízo.  Eles informam que “sua cliente está cumprindo integralmente as medidas cautelares estabelecidas, não passando de fake news as fotografias publicadas nas redes sociais, o que poderá ser comprovado com uma singela apuração junto ao Instagram, sendo certo que o perfil é do Estado de São Paulo”.

No recurso o Ministério Público ainda questiona a decisão da juíza Elizabeth Machado Louro, do II Tribunal do Júri, de ter convertido a prisão preventiva em domiciliar de Monique. No argumento a responsabilidade pela morte do menino Henry, de 4 anos, é do casal, Monique e Jairo, sem poder computar graus de responsabilidade e conduta das ações.

“O acusado Jairo pratica uma ação, enquanto a acusada Monique se omite e assim permite o resultado, o óbito. Pergunta-se: será uma conduta pior do que a outra? Será que podemos separar os dois personagens responsáveis pela morte do pequeno Henry, de acordo com uma escala, a qual permite aferir a intensidade de suas responsabilidades e como corolário, a intensidade da reprovação de suas condutas? Entendo que respostas negativas se impõe, pelo simples fato de ambas as condutas terem o mesmo grau de periculosidade e concorrerem de igual maneira para a violação do bem protegido, qual seja, a vida”, escreve o promotor.

Fábio reitera a necessidade de garantir a ordem pública e a conveniência da instrução processual, que só seria possível com a prisão preventiva do ex-casal: “O abalo à ordem pública que a liberdade dos acusados pode causar é gritante”.

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