Justiça
Publicado em 09/12/2022, às 13h13 Cadastrado por Letícia Rastelly
Uma idosa, de 82 anos, negra, analfabeta, passou 27 anos da sua vida trabalhando para um casal na tentativa de “ter uma casinha”, mas ela nunca recebeu um salário sequer. O casal, formado por uma médica pediatra e um empresário, mantinham a mulher em trabalho análogo à escravidão na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), Maria de Fátima Nogueira Paixão e Hamilton José Bernard, além de não darem os direitos trabalhiscos à doméstica, eles ainda retinham o Benefício Previdenciário Continuado (BCP) que ela recebia. A idosa diz que “não conhecia dinheiro”, de modo que não tinha acesso ao seu cartão de saque, que ficava sob a responsabilidade da pediatra. Maria e Hamilton diziam que “estavam guardando o dinheiro” para ela.
O casal, que responde à ação civil pública por exploração, teve os bloqueados e terão de transferir para a idosa um valor de R$ 815 mil, com o objetivo de “reparar uma vida inteira de submissão e abusos praticados”. A transferência de um carro pertencente ao casal também já foi alvo do bloqueio. A investigação do MPT começou após uma denúncia anônima.
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