Justiça

Juízes viram alvo do CNJ por grave postura durante as eleições; confira

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Procedimentos contra juízes citam, entre outras coisas, questionamentos ao processo eleitoral  |   Bnews - Divulgação Divulgação/CNJ

Publicado em 14/02/2023, às 12h07   Cadastrado por Yuri Abreu


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Cerca de 20 juízes viraram alvo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por terem uma postura considerada grave durante o período eleitoral. Todos os processos foram abertos a partir de uma portaria, assinada em setembro do ano passado por Luís Felipe Salomão, corregedor do órgão.

No documento, o ministro determinou que “ficam vedadas manifestações que contribuam para o descrédito do sistema eleitoral ou que gerem infundada desconfiança social acerca da Justiça, segurança e transparência das eleições”, além de canais que impulsionem esse tipo de conteúdo.

A primeira magistrada a ser julgada, nesta terça-feira (14) é Ludmila Lins Grilo, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). Ela é acusada de ter atacado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em seu perfil nas redes sociais e, contra ela, pesa uma reclamação disciplinar.

Os procedimentos, que tem foco nas postagens político-partidárias, citam divulgações de notícias falsas, questionamentos ao processo eleitoral, ofensas e xingamentos a candidatos e até apoio a atos golpistas.

Parte dos profissionais investigados, de acordo com o jornal, já recebeu sanções. Além de Ludmila, outros seis juízes e quatro desembargadores tiveram suas contas nas redes sociais bloqueadas em razão das manifestações.

Também membro da Justiça estadual de Minas Gerais, o juiz Fabrício Simão da Cunha Araújo é apontado em um pedido de providências por ter supostamente levantado suspeitas sobre a segurança do sistema eleitoral, ao afirmar que “pouco ou nada podemos fazer no sentido de garantir a lisura do pleito”. Na época, trabalhava como juiz eleitoral e foi afastado das funções.

Outra magistrada que deve ser alvo do CNJ é a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), no final do ano passado. Ela, que mantém boas relações com a família Bolsonaro, fez uma publicação elogiando manifestações antidemocráticas realizadas na porta de unidades militares.

Por outro lado, a juíza do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) Rosália Guimarães Sarmento responde a duas reclamações disciplinares que também aguardam decisão do CNJ.

Os procedimentos apontam que ela teria publicado mais de 70 mensagens, entre tuítes e retuítes, em outubro, declarando voto no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e criticando Bolsonaro. Em uma das postagens, chegou a dizer que “Bolsonaro apoia o crime” e pedir que seus seguidores “votassem 13”, número de Lula.

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