Justiça

Liderança do PCC tentou se aproximar de ministro do STF através de cartas para influenciar processos; saiba mais

Gustavo Moreno/STF
Apesar das tentativas, não há provas de encontro entre o ministro e pessoas ligadas ao PCC, segundo a investigação  |   Bnews - Divulgação Gustavo Moreno/STF
Redação BNews

por Redação BNews

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Publicado em 28/04/2025, às 11h37



Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) descobriu que integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) tentaram se aproximar no ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma tentativa de influenciar em processos que tramitam na Corte. De acordo com reportagem do Metrópoles, o esquema foi descoberto através de cartas e mensagens.

As 683 páginas do Procedimento Investigatório Criminal (PIC), conduzido pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), revelam que o faccionado Rodrigo Felício, conhecido como "Tiquinho", driblou as camadas de proteção da Penitenciária de Segurança Máxima Presidente Venceslau II, no interior paulista, onde cumpre pena, para tentar contatar o ministro.

Com ajuda da companheira e da filha, Tiquinho conseguiu escrever cartas à mão e enviá-las para fora da cadeia. Em um dos manuscritos, ele orienta a filha sobre como deveria conduzir uma conversa com Kassio Nunes Marques. 

As conversas interceptadas pelo Gaeco mostram que a filha do faccionado do PCC mencionou a dificuldade para conseguir uma reunião direta com o magistrado, em uma tentativa de influenciar processos em tramitação no Supremo.

"Chegaram até a conseguir uma reunião com uma pessoa que trabalhou diretamente com o ministro, contudo perceberam que esse contato não renderia o resultado pretendido, mas que continuam nas tentativas de conseguirem o contato", diz o trecho da conversa extraída na investigação.

Apesar dos diálogos, a investigação aponta que não há elementos que comprovem  ter havido qualquer encontro entre o ministro e pessoas ligadas a Tiquinho. Ainda de acordo com o gabinete do ministro, seis pedidos feitos pela defesa de Tiquinho foram rejeitados.

O STF informou, em nota, que audiências com advogados são procedimentos normais para ouvir argumentos das defesas e que, neste caso, todas as decisões tomadas por Nunes Marques foram desfavoráveis ao integrante do PCC.

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