Justiça

MP entra na polêmica e vai investigar denúncia de racismo de cantor baiano contra restaurante

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Jau foi impedido de entrar no Sette Restaurante, que fica no bairro da Barra  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 06/12/2021, às 10h19   Redação BNews


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A promotora Sara Gama, titular da promotoria de combate ao racismo e à intolerância religiosa, afirmou que o Ministério Público da Bahia (MP-BA) vai investigar a denúncia de racismo apresentada pelo cantor Jau após ser impedido de entrar no Sette Restaurante, que fica no bairro da Barra, em Salvador.

Em entrevista ao apresentador José Eduardo, na rádio Metrópole FM, nesta segunda-feira (6), a promotora disse que não entendeu os motivos que impediram a entrada do artista no estabelecimento e que possivelmente funcionários do restaurante serão intimados para depor.

“Quando eu vi a vestimenta que ele [Jau] estava, eu não consegui compreender o porquê de ele ter sido barrado naquele estabelecimento. Soube que ele chegou a registrar uma ocorrência e esse inquérito será remetido ao Ministério Público. A partir daí teremos a oportunidade de engaranhar as provas, ver o que é tem ali que ainda não foi colocado nas redes sociais porque Jau fez um vídeo muito curto, somente contando mais ou menos o que aconteceu com ele. Não compreendi a postura do estabelecimento”, afirmou.

O cantor prestou depoimento sobre o caso na 14ª Delegacia, na Barra. 

Na quinta-feira (2), Jau gravou um vídeo em que afirma que ele e sua equipe foram impedidos de entrar no Sette Restaurante e questionou os motivos. "Não era a indumentária, faltava-me talvez olhos azuis e cabelos louros, não os tenho, não culpo quem os têm, não os quero ter, mas preciso da minha liberdade de ir e vir e hoje o restaurante Sette foi preconceituoso comigo e minha equipe não deixando a gente adentrar ao espaço. Não é um lugar democrático, não é um lugar frequentável, é um lugar racista", lamentou o artista.

O artista contou que, após sua empresária ligar para o dono do restaurante e contar que o homem impedido de entrar no local era o artista, o comerciante pediu para que ele voltasse ao local, pois sua entrada seria liberada. “É um caso clássico de racismo e preconceito racial”, cravou o compositor.

O que diz o restaurante

Em nota, o restaurante afirma que há “um código de vestimenta formal, inclusive mostrando placa afixada na porta do estabelecimento”, dando a entender que para entrar no local, é preciso se ‘arrumar’ adequadamente e o cantor não estava trajado.

Ainda no comunicado, o Sette ainda diz que houve a averiguação das câmeras de segurança e afirma que o acompanhante de Jau estava usando uma bermuda, “dress code” não autorizado pelo estabelecimento.

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