Denúncia

Monitores de menores infratores protestam por melhorias e fazem graves denúncias

Publicado em 13/05/2015, às 19h32   Tony Silva (Twitter: @Tony_SilvaBNews)


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Socioeducadores, monitores que atendem nas cinco unidades da Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case), estão realizando manifestações e paralizações programadas desde o dia 11 deste mês. Nesta quarta-feira (13), eles realizam um protesto em frente à unidade de Salvador, localizada no bairro de Tancredo Neves. As unidades socioeducativas são geridas pela Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac).

Segundo os monitores, o atraso nos salários não é apenas o problema que eles enfrentam. Eles reclamam também da quantidade de monitores para os internos.  Adailton, um dos profissionais que trabalham no processo de socioeducação, calcula que para cada alojamento com 80 adolescentes, são seis orientadores, que segundo a classe é um número inferior, causando risco a vida dos funcionários.

“Esse ano já aconteceram 18 fugas. Corremos riscos constantemente, entre os adolescentes que convivemos, muitos se intitulam membros de facções criminosas, como; Raio-A, Raio-B, Caveira, Comando da Paz, Bonde do Maluco, isso aumenta nossa exposição e somos constantemente ameaçados”, relata um dos monitores, que não quis ser identificado.

As informações dos funcionários ainda dão conta de que existem atualmente 326 adolescentes para 68 monitores. Segundo os monitores, o número é quase a metade do necessário. “A lei que rege o sistema nacional de atendimento socioeducativo determina que para cada três menores infratores, deve ter um socioeducador, ou seja, necessitamos de cerca de mais 42 profissionais”, explica Adailton.

Os funcionários apontam problemas estruturais que induzem fugas e outras consequências, como a falta de água, lâmpadas quebras, grades corroídas, alagamentos e esgotos a céu aberto. “Além da falta de estrutura, só temos apoio de um policial militar por dia e quando vamos conduzir um interno para exames, audiências e até viagens, viajamos em ônibus comuns na rodoviária sem nenhum apoio, expondo a nossa vida e dos passageiros”, disse Adailton.

Joselito Pereira, presidente do Sindicato dos Socioeducadores no Estado da Bahia (Sindseba), disse que a diretora da Fundac, identificada pelo prenome de Regina, proibiu a entrada dos funcionários que se mobilizaram na unidade, como forma de retaliação. “A unidade está fragilizada, pois existem neste momento um risco eminente, por ter funcionários com mais de 36 horas de trabalho, pois não foram rendidos por determinação da diretora da Fundac”, disse Joselito.

A reportagem do Bocão News tentou contato com a Fundac, mas as ligações não foram atendidas.

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