Denúncia

Sucom notifica obra da Queiroz Galvão após reclamações de transtornos no Imbuí

Publicado em 11/07/2015, às 10h15   Tony Silva (twitter: @Tony_SilvaBNews)


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Moradores da Rua Jaime Simas, no bairro do Imbuí, onde está sendo construído o empreendimento, "Residencial Aquarela Imbuí", realizada pela construtora Queiroz Galvão, reclamam de transtornos e prejuízos causados pelas intervenções. Segundo os vizinhos da construção, os transtornos começaram já no início da obra. A construtora nega responsabilidade sobre os problemas e a Sucom notifica a obra.

Cerca de oito casas foram atingidas diretamente pela lama, resíduos sólidos, que os moradores atribuem à construção. O morador identificado como Mário Ramos disse à reportagem do Bocão News, que os imóveis tiveram a estrutura rachada pelo impacto das máquinas utilizadas pela construtora, resultando em desocupação de dois imóveis por moradores que estão morando de aluguel. “Minha irmã está morando de aluguel desde o ano passado, pois o forro do teto da casa desabou com a quantidade de lama que invadiu que desceu, sem contar as rachaduras e infiltrações”, desabafa.

Os reclamantes disseram que as redes hidráulicas internas foram obstruídas pela lama, causando alagamentos nas casas. Ainda de acordo com a comunidade, a encosta foi cortada e os detritos encobriram casas. Eles reclamam também do peso de uma alvenaria de pedras, que foi construída rente aos muros das residências. “A estrutura das casas estão ameaçadas por essa alvenaria”, diz um dos moradores.

Os moradores também apontam transtornos causados pela obra, na via pública. Um grande volume de lama escoou para Rua Jaime Simas, obstruindo redes de drenagem e esgoto.  A lama teria vindo por tubulações instaladas pela construtora, resultando no alagamento. “Isso compromete a nossa mobilidade. Só temos esse acesso para nossas casas. Depois dessa obra, tenho vontade de ir embora daqui”, disse a moradora Genilda Bispo.

Segundo um dos populares, a Queiroz Galvão propôs aos reclamantes que assinassem um termo de acordo afirmando que, os danos não foram causados pela construtora e a mesma realizaria melhorias nos imóveis - subentendendo, tratar-se de uma caridade da empresa. O morador relata que o termo também obriga os denunciantes a não requerer reparação nos imóveis através da Justiça.

Mário Ramos informou a reportagem do site que os moradores registraram reclamações junto a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) e aguardam providências.

Os moradores enviaram um vídeo mostrando transtornos agravados pelas chuvas de abril deste ano. Assista:

A construtora Queiroz Galvão enviou uma nota à reportagem do Bocão News informando sua isenção dos transtornos apontado pela comunidade da Rua Jaime Simas.

Leia a íntegra da nota.

“Em razão da veiculação de reportagens informando acerca de transtornos causados aos moradores da Rua Jaime Simas, que supostamente decorreriam da execução das obras de construção do empreendimento Residencial Aquarela Imbuí, vimos, através da presente, expor e esclarecer o que segue:

Esclarecemos, inicialmente, que os transtornos relatados nas reportagens em apreço não decorrem da execução das obras de construção do empreendimento Residencial Aquarela Imbuí.

Isso porque, durante os períodos chuvosos é comum a ocorrência de alagamento nos imóveis situados na Rua Jaime Simas, tendo em vista a inexistência de rede de drenagem pluvial nas imediações. Trata-se, em verdade, de um problema antigo, sem qualquer relação com a execução das obras do empreendimento.

Tanto é assim que alguns moradores da região já haviam instalado bombas d’água nos quintais visando ao escoamento da água da chuva, de modo a se evitar o alagamento de suas residências, que se encontram situadas abaixo do nível da Rua Jaime Simas.

Assim, quando da ocorrência de fortes chuvas na capital baiana, como se deu nos últimos meses, verifica-se o escoamento das águas pluviais da Rua São Camilo, que, por sua localização, e em razão a inexistência de rede de drenagem pluvial, culmina por alagar a Rua Jaime Simas.

Como se vê, os fatos relatados nas reportagens não estão relacionados à execução das obras de construção do empreendimento Residencial Aquarela Imbuí, não havendo que se falar, portanto, em imputação de responsabilidade à Queiroz Galvão pelos supostos prejuízos daí advindos.

Dessa forma, reforçando o seu compromisso com a melhoria da qualidade de vida, sustentabilidade socioambiental e satisfação dos clientes, a Queiroz Galvão reitera a informação de que os transtornos relatados nas reportagens em comento não decorrem da execução das obras do empreendimento Residencial Aquarela Imbuí.

Sendo somente o que apresenta para o momento, e permanecendo à disposição para eventuais esclarecimentos que se fizerem necessários, subscrevemo-nos.”

A reportagem do Bocão News entrou em contato com a Sucom, que enviou uma nota informando a notificação feita à construtora nesta quarta-feira (8). Leia íntegra da nota.

Em relação à denúncia sobre os danos causados aos imóveis vizinhos à construção do residencial Aquarela Imbuí, localizado na Avenida Jorge Amado, a Sucom informa que uma vistoria técnica foi realizada no local nesta quarta-feira (8). Na ocasião, a construtora responsável pela obra foi notificada para promover a limpeza da via e entorno, instalar tapumes nos limites abertos do terreno, providenciar contenção frontal e caixa de brita no acesso/saída, além de apresentar laudo cautelar dos imóveis próximos ao empreendimento. A Construtora tem o prazo de três dias para providenciar as adequações e documentos solicitados. 

Sobre a questão da obstrução do sistema de drenagem do local, a Secretaria encaminhou a demanda para a Sucop, órgão responsável pela avaliação das tubulações e caixas coletoras de água. De toda forma, a Sucom enviará, novamente, uma equipe de fiscais ao local na manhã desta sexta-feira (10), para realizar uma nova avaliação e verificar o cumprimento das adequações solicitadas. 

Publicada no dia 9 de julho de 2015, às 20h40

Classificação Indicativa: Livre

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