Denúncia

iFood teria contratado empresas para desmobilizar movimento de entregadores, afirma publicação

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Agência de jornalismo investigativo publicou matéria sobre estratégia do iFood para desmobilizar movimento  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 10/04/2022, às 15h13   Redação BNews


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O iFood teria contratado duas agências de comunicação para desmobilizar movimentos de entregadores de comida que reivindicam, entre outras coisas, aumento das taxas repassadas pelo aplicativo e melhorias nas condições de trabalho.

A estratégia do aplicativo teria ainda infiltrado uma pessoa num protesto para desviar a atenção da pauta principal. A situação foi descrita em reportagem da Agência Pública, de jornalismo investigativo, na última segunda-feira.

Documentos, fotos e relatos obtidos pela Pública mostram que as agências de comunicação, a serviço do IFood, monitoraram movimentos grevistas de entregadores por meses.

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A reportagem dá conta de que as agências teriam produzido campanhas virtuais para circular conteúdos contrários a paralisações da categoria, além de mediar críticas feitas ao iFood numa ação que teria envolvido a criação de perfis falsos nas redes sociais.

De acordo com a investigação da Pública, um funcionário de uma agência se infiltrou numa manifestação dos entregadores em 16 de abril de 2021. Carregando uma faixa de cerca de três metros, ele pedia “vacina para os entregadores de aplicativos já”. Ao fomentar a pauta da vacinação, a ação teria como objetivo desviar o foco do protesto — as condições de trabalho dos aplicativos de delivery — e esvaziar a greve.

A reportagem diz que as agências Benjamim Comunicação e Social Qi (SQi) atuaram a serviço do iFood entre julho de 2020 e, pelo menos, novembro de 2021. A segunda teria sido subcontratada pela primeira em 2021.

iFood nega acusações:

Em nota, o iFood informou que não teve relação comercial com a SQi, encerrou o contrato com a Benjamin após a denúncia e contratou consultoria especializada para investigar se houve violação do seu código de conduta e ética por funcionários e fornecedores.

Também ressaltou que “nunca atuou ou autorizou fornecedores ou funcionários a atuarem para desmobilizar manifestações de entregadores, e nunca bloqueou as contas de manifestantes”. Além disso, negou ter criado perfis falsos ou distribuído notícias inverídicas nas redes sociais.

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