Direto de Brasília

Senadora acusa Bolsonaro de fazer “ouvido de mercador” ao sustentar tratamento ineficaz pra Covid-19

Waldemir Barreto/Agência Senado
Bnews - Divulgação Waldemir Barreto/Agência Senado

Publicado em 18/09/2021, às 17h28   Victor Pinto, de Brasília*


FacebookTwitterWhatsApp

Médica de formação, a senadora Zenaide Maia (Pros-RN) afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) faz “ouvido de mercador” aos apelos da comunidade científica ainda diante da pandemia do coronavírus. A congressista nordestina fez a crítica ao relacionar ainda a não suspensão do uso de medicamentos apontados como não eficazes no combate a Covid-19 em nome da “liberdade médica”.

“Parte dos médicos continua medicando, usando medicação sem eficácia terapêutica, porque o Governo também – o Ministério da Saúde – não mostrou pra população que esses medicamentos, mesmo com esse tempo todo que estão sendo investigados no mundo todo pela ciência, não têm eficácia. Mas, baseado nessa história de que o médico tem autonomia pra prescrever o que quiser, o Governo está fazendo ouvido de mercador e deixando as pessoas serem medicadas com ivermectina, com esse kit que continua – tudo isso dizendo que o médico pode prescrever o que quiser”, disse.

“Gente, o curso de Medicina é um curso de ciência que a gente faz pra botar em prática aquilo que a ciência já provou que funciona. Essa história de dizer que eu, Zenaide, aqui posso prescrever, como médica, o que eu quiser, mesmo de forma experimental, não é verdade, e as pessoas vão ter que responder por isso”, completou.

Para a senadora, que tem atuação ativa na CPI da Pandemia, é preciso maior cobrança. “Então, omissão e ação para a população continuar morrendo. Nós precisamos cobrar. E a CPI, se não tem aberto esse leque... A gente atirou no que viu e pegou no que não viu, porque foi descobrindo os esquemas de corrupção passiva, ativa”.

A CPI da Pandemia tem previsão de encerrar os trabalhos na próxima quinta-feira (23) quando o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pretende apresentar o relatório final. Para o senador Jean Paul Prates (PT-RN) as atividades deveriam continua até novembro, mas não há mais combustível político para o prosseguimento do colegiado.

Leia mais:

Contrário a CPI da Pandemia no início, Jaques Wagner acredita que a comissão achou o fio da meada na reta final

CPI da Pandemia desiste de ouvir ex-esposa de Bolsonaro

PF faz busca e apreensão na sede da Precisa a pedido da CPI, diz Randolfe

*Editor de Política do BNews está em Brasília para a cobertura da CPI da Pandemia

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp