Economia & Mercado

Paralisação de estaleiro provoca demissões em outros setores na Bahia

Publicado em 08/06/2015, às 07h13   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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A rotina dos moradores do pequeno distrito de São Roque do Paraguaçu, em Maragojipe, no Recôncavo Baiano, sofreu um duro golpe nos últimos meses. Em menos de dois anos, a população local saiu da abundância de emprego ao súbito desemprego, com a paralisação das obras e operação do estaleiro Enseada Indústria Naval - o único grande empreendimento da região. O projeto foi afetado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e está parado. Hoje, menos de 200 pessoas trabalham no local apenas para manter os equipamentos em ordem.
De acordo com informações do Estadão, no auge da obra, em março do ano passado, 7.360 funcionários estavam empregados no estaleiro, sendo que 87% da mão de obra morava na região. Só no distrito de São Roque eram mais de mil empregos numa população total de 6 mil pessoas. Quando as demissões em massa começaram, em novembro do ano passado, os moradores locais sentiram em cheio a reversão do cenário. Muitos tinham se endividado para comprar carros, construir ou reformar a casa e agora estão com o nome sujo na praça. Outros investiram todas as economias em negócios próprios que nem puderam ser inaugurados.
Ainda segundo o jornal, a paralisação do estaleiro chegou antes de os pequenos empresários abrirem as portas dos novos estabelecimentos. Sem perspectiva, a população local busca respostas: a principal delas é se o empreendimento voltará à ativa e se os empregos serão retomados. O questionamento, no entanto, está longe de uma solução. Para voltar ao normal, o estaleiro, que tem três sócios envolvidos na Lava Jato (Odebrecht, OAS e UTC), depende de dois fatores: da liberação do financiamento restante de R$ 600 milhões do Banco do Brasil e Caixa e da retomada dos pagamentos da Sete Brasil (empresa criada para intermediar a construção de sondas da Petrobrás para exploração do pré-sal), que somam cerca de R$ 900 milhões.
No total, o Enseada construiria seis navios-sonda até 2020, num contrato de US$ 4,8 bilhões com a Sete Brasil, que vive intensa crise financeira desde que a Lava Jato foi deflagrada. "Estamos buscando uma solução alternativa de equacionamento financeiro com a Kawasaki (sócia do estaleiro) no mercado japonês, mas ainda é muito cedo para saber o resultado. No momento, o melhor seria a Sete Brasil ratificar o contrato", diz o diretor de Relações Institucionais e de Sustentabilidade do Enseada, Humberto Rangel ao jornal.

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