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CCR Metrô Bahia estima prejuízo de R$ 200 milhões em 2019 por falta de integração com ônibus 

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Empresa não pretende pedir aumento de preço da passagem, afirma presidente  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 09/12/2019, às 13h56   Bruno Luiz


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O presidente da CCR Metrô Bahia, Rodolfo Gonzalez, prevê que a empresa terá prejuízo de R$ 200 milhões em 2019. A causa do déficit, segundo ele, é a falta de reorganização total das linhas de ônibus de Salvador e metropolitanas, o que leva o sistema a não ter a quantidade de usuários inicialmente prevista no contrato de concessão assinada com o governo do Estado. Gonzalez disse, no entanto, que a empresa não pretende pleitear aumento no valor da passagem, atualmente de R$ 3,70, para compensar a perda. 

Sem integração total entre os modais, há uma concorrência entre algumas linhas de ônibus e o metrô. Por isso, pessoas que poderiam usar metrô acabam optando pelos coletivos. Isso provoca o chamado déficit de demanda: a previsão contratual é de que 550 mil pessoas usassem os trens diariamente, mas, atualmente, a média é de 180 mil passageiros a menos.

“Isso implica anualmente em um déficit entre R$ 150 milhões e 200 milhões, que é um rombo que está afetando a sustentabilidade do nosso negócio”, alertou Gonzalez. O presidente da CCR espera que, até o próximo ano, governo e prefeitura de Salvador finalizem a reorganização das linhas.  

Outra coisa que tem pressionado as finanças da empresa é o fato de a concessionária ter tomado um empréstimo milionário junto ao BNDES para compensar os prejuízos gerados pelo déficit de demanda. Gonzalez não chegou a dizer o valor do negócio, mas, no site do banco, constam duas operações de crédito milionárias em aberto em nome da CCR: uma de R$ 640 milhões, feita em dezembro de 2017, e outra de R$ 400,6 milhões, de dezembro do ano passado.  

“A conta é muito pesada. Além do benefício próprio que o metrô tem que ter para seus acionistas, ele necessita pagar a dívida. Para nós, é muito importante, conseguir fazer essa reorganização”, alertou Gonzalez, que ponderou também ser possível mitigar o prejuízo ao longo da concessão, de 30 anos prorrogáveis por mais cinco. 

O dirigente afirmou, ainda, que não está nos planos da empresa pedir aumento da tarifa para corrigir o problema de sustentabilidade do contrato. “O governo tem vários mecanismos para solucionar esse problema. A maioria previstos no próprio contrato. Há um cardápio de formas para se resolver. Aumento de tarifa não muda nossa arrecadação”, explicou. 

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