Economia & Mercado

França se opõe ao acordo com Mercosul e cita preocupação 'sanitária'

Ilustrativa/Pixabay
Governo de Emmanuel Macron anunciou que a França vai bloquear as tentativas de se fechar um entendimento  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa/Pixabay
Redação BNews

por Redação BNews

[email protected]

Publicado em 26/11/2024, às 17h32



O governo francês anunciou que não vai aceitar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. A situação acontece em meio à polêmica sobre a compra de carnes pelo Carrefour. De acordo com o colunista Jamil Chade, do UOL, nesta terça-feira (26), em uma audiência no Parlamento em Paris, o governo de Emmanuel Macron anunciou que a França vai bloquear as tentativas de se fechar um entendimento.

Na ocasião, a questão sanitária foi um dos argumentos citados. Uma moção contra o tratado será votada pelo Parlamento, que deve acolher o voto de diferentes partidos políticos. Outra votação do tipo foi registrada na Polônia, também nesta terça-feira. 

Ainda segundo Chade, o posicionamento do governo francês acontece no mesmo dia em que diplomatas da União Europeia e Mercosul iniciam, em Brasília, o que pode ser última etapa de tratativas para tentar fechar um acordo comercial sem precedentes entre dois blocos. 

Durante a audiência no Parlamento, a ministra da Agricultura da França, Annie Genevard, fez críticas aos "parceiros comerciais" que pressionam por um acordo. "O risco é real. Da forma que está sendo negociado, o acordo não é aceitável. Vamos nos opor de forma plena", disse. 

Genevard também afirmou que a questão não é dogmática e trata-se de uma preocupação "sanitária". A ministra apontou a existência de  "falhas sistêmicas" na produção. Entre os exemplos mencionados por ela, estão a permissão do uso de 145 pesticida na agricultura do Mercosul e que são banidos na Europa. Além disso, ela fez acusações sobre o uso de antibiótico para a produção de carnes, principalmente no setor de aves. 

Ao UOL, fontes da UE confirmaram que os encontros estão sendo tratados como "decisivos", principalmente diante de chegada da presidência de Donald Trump nos EUA em 2025. Negociadores brasileiros acreditam que o processo está "muito próximo" de uma conclusão, enquanto diplomatas espanhóis pensam que o tratado é dado como "iminente". 

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp