Economia & Mercado

Grupo atacadista Makro pede quase R$ 3 bilhões pelas 24 lojas de São Paulo

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Entre os motivos para essa decisão está o aumento da concorrência e o crescimento do mercado ter ficado abaixo do esperado  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Secom PMSJC

Publicado em 13/04/2022, às 12h17   Redação BNews


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O grupo holandês SHV, donos da rede de atacado Makro, decidiram deixar o mercado atacadista brasileiro e vender todas as lojas em São Paulo. A empresa está pedindo quase R$ 3 bilhões pelas 24 lojas. Esse valor é equivalente a todo o faturamento bruto anual o que para muitos envolvidos na transação, está “fora de uma faixa razoável”.

De acordo com o Valor Econômico, uma das maiores redes de atacadistas presente no Brasil desde os anos 70, o grupo quer deixar o setor dois anos após ter vendido 28 lojas para o Carrefour por R$ 1,95 bilhão. Entre os motivos para essa decisão está o aumento da competição, especialmente tendo dois líderes no mercado o Atacadão e o Assaí. Além disso, o crescimento tem ficado abaixo do esperado e fez com que a empresa já iniciasse conversas com grupos do setor há um ano.

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As negociações estão sendo intermediadas pelo banco Santander, que deu até o fim dessa semana como prazo para os interessados fazerem propostas. Mas até agora nenhuma foi formalmente apresentada pelos 24 imóveis à venda. O Valor apurou que o negócio foi oferecido, pelo menos, a Atacadão, Assaí, Fort Atacadista (Grupo Pereira) e Grupo Muffato.

“O Assaí vale em bolsa hoje 40%, 45% da venda bruta, e o Atacadão um pouco mais, mas eles querem 100% da receita. E o Extra acaba de vender 70 pontos por R$ 4 bilhões, e mesmo considerando que no Extra há reformas, e no Makro nem tanto, ainda está fora de uma faixa razoável”, diz uma fonte a par do tema.

O valor pedido pela venda do Makro está levando em consideração a força e posição estratégica dos pontos em São Paulo, em regiões de alto potencial de crescimento e pelos imóveis terem passado por reformas recentes. “Há algumas unidades boas, não há dúvida, mas vai ser difícil alguém levar tudo. Quem olhou prefere a compra ‘picada’ [de algumas unidades], mas não está claro se eles querem”, diz outra fonte.

“As redes regionais com interesse de crescer futuramente em São Paulo, como Fort e Muffato, têm caixa, mas não querem dar um passo desse tamanho ainda, então o ‘timing’ do Makro não é dos melhores”, afirma. Fundos de private equity também foram sondados nos últimos meses.

O Atacadão, apesar de ter avaliado os imóveis, não pretende se envolver em outra aquisição de grande porte por agora já que a transação com o Big está em fase final de análise do Cade, o órgão antitruste. E o Assaí ainda está em fase de reformulação das 70 lojas do Extra, que deve tomar boa parte da agenda da empresa.

“Eles entendiam que, ficando só com São Paulo, que é um mercado que dá muito dinheiro no atacarejo, daria para acelerar o negócio, melhorando resultado, antes de partir para uma venda. Só que a concorrência apertou muito, tem gente abrindo loja todo o mês, e com muita escala e força de negociação nas mãos”, diz um consultor.

Caso deixe a operação de atacado, a SHV continuará a operar no Brasil em outros segmentos, como gás.

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