Economia & Mercado
Publicado em 14/12/2024, às 12h29 Publicado por Vagner Ferreira
Com a alta do dólar em 2024, a indústria estima aumento significativo nos preços dos produtos de diferentes segmentos a partir de janeiro, provocando impactos na inflação, conforme informações do jornal O Globo. A moeda norte-americana teve aumento de 24,3% e fechou nesta sexta-feira (13) com valor acima dos R$ 6.
O economista do Santander, Adriano Valladão, disse, em reportagem, que a alta das vendas ainda não deve impactar no natal porque, em períodos comerciais, os varejistas costumam se programar antes, e, assim, compram produtos com valores anteriores.
“Essa última andada do câmbio provavelmente não vai impactar muito este ano, mas contrata pressão maior para o ano que vem. A gente deve começar a ver repasse maior desse câmbio mais depreciado ao longo do próximo trimestre, principalmente em bens industrializados e alimentos exportados pelo país, como as carnes”, disse o economista ao Globo.
A empresa brasileira de eletroportáteis importados, a Mondial, por exemplo, não sente o impacto apenas na venda dos produtos, mas também no custo das matérias-primas utilizadas no país, como nas embalagens.
O Cofundador da empresa, Giovanni M. Cardoso, informou que precisou fazer um reajuste de 4% a 6% nas vendas nacionais e 12% nas internacionais. E ainda, disse que com a alta do dólar, será inevitável permanecer com os preços no mesmo patamar.
“Não dá para driblar (o dólar), tem que enfrentar. Estamos agora aguardando um pouco para ver onde vai pousar. Se o dólar a R$ 6 continuar na última semana de dezembro, começamos janeiro com nova tabela no mercado. Não tem como segurar mais”, disse à reportagem.
A indústria de fraldas descartáveis, a CCM, também sentiu o efeito da alta e, no primeiro semestre, quando o valor chegou a R$ 5,30, o repasse teve reajuste de 5%. Para janeiro, com a moeda a R$ 6, a probabilidade de aumento é para mais 6%.
Para o superintendente de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mario Sergio Telles, a alta da moeda é negativa devido o percentual de insumos importados, ficando acima de 25% na indústria de transformação. Mas, segundo ele, o ponto positivo é em relação à competitividade da indústria na concorrência, ampliando a importação no mercado local e nas exportações.
No entanto, o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin, avalia que mesmo com a competitividade, o dólar ainda vai ter grande influência no setor.
“A desvalorização cambial vem acompanhada de alta volatilidade e aumento da incerteza, nublando o cenário macro. Isso traz tensão, freando decisões de produção e investimento. E a alta de juros vai piorar condições de financiamento”, disse. “O repasse de preços virá em algum momento ao longo do ano”, continuou.
As empresas de suplementação, geralmente, acompanham a alta do dólar nos produtos Whey Protein e creatina. O presidente do grupo Supley, Alberto Moretto, explicou, na reportagem, como faz para desviar do aumento.
“Usamos estoques para amortecer a alta e não repassar preços logo de cara. O Whey Protein se comporta como commodity. Os relatórios globais apontam que os estoques estão caindo. Toda vez que houve isso, houve um aumento do dólar. E, se o dólar seguir nesse patamar, pode ter repasse no primeiro semestre. Mas se a produção subir, a perspectiva melhora”, disse ao Globo.
Outra empresa afetada é a Limppano, de produtos de limpeza. “O dólar subiu, mas houve preços que recuaram, a exemplo de commodities como petróleo e celulose. Temos um ciclo de investimento grande, planejado com dólar a R$ 5. Nesse momento de transição, tem que deixar a árvore parar de chacoalhar para ver o que fazer. De início, não pede ajuste”, contou o CEO Alex Buchheim na reportagem.
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