Economia & Mercado

Investimento em Renda Fixa se torna mais atraente em tempos de instabilidade geopolítica

Agência Brasil
O cenário de guerra causado pela invasão à ucrânia deixou investidores apreensivos e em busca de segurança  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 25/02/2022, às 10h46   Redação


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Esse ambiente de turbulência entre a Rússia e Ucrânia afetou a segurança dos investidores mundo afora que querem segurança ao investir em títulos públicos, ouro e moedas fortes, como o dólar. Nesse cenário, os mercados emergentes, como o brasileiro, são considerados mais voláteis e veem uma fuga de capital para economias mais consolidadas, como a dos Estados Unidos. Por aqui, a renda fixa continua muito atraente, e há oportunidades em commodities para quem aposta na renda variável.

De acordo com O Globo, a economia oscilou nesta quinta-feira (24) com o dólar fechando em alta de 2,02%, cotado a R$ 5,10, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão em baixa de 0,37%, a 111,6 mil pontos. “Temos sempre que ter ouro e dólar em momentos de estresse, porque são ativos que vão minimizar nossas perdas diante de momento de maior risco”, diz Ariane Benedito, economista da CM Capital.

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Com uma inflação alta, conforme mostrou a elevação do indice de 0,99% no IPCA-15 de fevereiro, os investimentos em renda fixa mantêm sua atratividade e vêm sendo beneficiados pelos sucessivos aumentos da taxa básica de juros, a Selic.

Para o professor de Finanças do Coppead/UFRJ, Carlos Heitor Campani, o Tesouro IPCA+ é uma boa forma de investimento para proteger o patrimônio. “Guerra gera inflação no mundo. Se a inflação explodir, pelo menos seu investimento vai explodir junto”, diz ele.

Embora o investimento em Renda fixa esteja favorável nesse momento,  o petróleo, pode ser bastante afetado pelo conflito já que a Rússia é um grande exportador mundial. O preço do barril de petróleo Brent chegou a superar os US$ 105 nesta quinta. Foi a primeira vez, desde 2014, que o preço da commodity passou dos US$ 100. Ao longo do dia, porém, a cotação retrocedeu e fechou em US$ 99,08 o barril.

“O Brasil está bem distante do conflito, mas já é afetado pelo preço do petróleo. A Petrobras segue uma política de preço dolarizada no mercado internacional. Se isso perdurar, o preço do petróleo vai subir e, consequentemente, os preços na bomba também. Afeta não só o abastecimento do meu carro, mas também o transporte em geral. O arroz que chega na nossa mesa vem por meio da rodovia”, diz Campani.

Outras duas commodities que podem sofrer alta nos preços são o trigo e a soja já que a Ucrânia é um dos lideres na exportação para o restante da Europa.

Momentos de estresse como o atual mostram a importância de se ter investimentos diversificados. E, para cada cenário, dizem os especialistas, o mesmo investimento pode ter êxito ou não. O assessor de investimentos, sócio da Ethimos e líder da área de câmbio, Lucas Brigato, indica a seguinte composição da carteira de um investidor com apetite moderado para o risco: 10% dos recursos em ações na Bolsa, 30% em títulos atrelados à inflação, de 30% a 40% em fundo de crédito privado atrelado ao CDI e 15% em títulos prefixados.

“Assim, temos estratégias para dois cenários. Se o mercado ficar negativo, com inflação e juros altos, é bom aplicar em IPCA+ para uma estratégia de longo prazo. Por outro lado, se tivermos um movimento mais positivo da economia, com redução de juros e prefixados em mão, o investidor tem um ativo com liquidez, e a saída antecipada provê ágio”, diz.

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