Economia & Mercado

Maior mercado jurídico do mundo, Brasil tem expansão acelerada de startups jurídicas

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Além da advocacia, o Poder Judiciário agora também se abre para as startups jurídicas  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 17/01/2024, às 10h02 - Atualizado às 10h04


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O Brasil possui o maior e mais desafiador mercado mundial para a magistratura e a advocacia. De acordo com o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), são mais de 1,3 milhão de advogados atuando em território brasileiro, o que representa um profissional para 164 brasileiros, colocando o país no topo de ranking de advogados por habitante.

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Já na magistratura, o volume de processos também impressiona. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 83,5 milhões de ações judiciais estavam em tramitação nas Justiças Estadual, Federal e do Trabalho em 2010. Doze anos depois, esse número saltou para 106,9 milhões – um crescimento de 28%.

Vistas como parte importante para a solução dos problemas do Judiciário, as startups jurídicas estão em processo acelerado de expansão. A CEO da Aleve Legaltechs, Priscila Spadinger, afirma que todo esse movimento judicial tem servido como uma oportunidade de crescimento do setor para as chamadas legaltechs.

“O cenário jurídico no Brasil está passando por uma revolução tecnológica. As startups jurídicas vêm conquistando um espaço cada vez maior nos escritórios de advocacia, proporcionando eficiência, agilidade e inovação, enquanto atraem a atenção significativa de investidores”, destaca Priscila, que comanda uma venture builder com dez legaltechs.

Segundo ela, o futuro do setor jurídico brasileiro está sendo moldado pela fusão inteligente entre tradição e inovação tecnológica. Como exemplo, Priscila ressalta a manifestação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, que anunciou que a Corte vai “investir pesado” com “toda a energia possível” em tecnologia da informação para agilizar o andamento da Justiça.

Com uma maior procura de investidores e novos aportes, a CEO explica que houve um crescimento significativo no valuation total da carteira de legaltechs, superior a R$ 100 milhões atualmente. “Estamos prevendo um crescimento ainda maior para 2024. Devemos agregar, no mínimo, outras seis startups jurídicas”, projeta Priscila.

As startups jurídicas atuam em diversos segmentos, desde plataformas que conectam profissionais independentes a escritórios, ofertam ferramentas organizacionais que gerenciam o controle de processos, ou mesmo com serviços de georreferenciamento para agilizar o chamado due diligence em auditorias territoriais, reduzindo tempo e custos aos escritórios.

Mesmo fora do Brasil, tudo indica que o inverno já passou para as startups do setor jurídico. As projeções globais apontam que o movimento de integração entre tecnologia e advocacia se intensificará ao longo da década. Estudos do Future Market Insights estimam que o mercado mundial das legaltechs alcance US$ 69,7 bilhões, com um crescimento de 8,9% até 2032.

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