Economia & Mercado

Simone Tebet quer convocação do presidente do Banco Central caso taxa Selic não caia em agosto

Lula Marques/Agência Brasil
Na última quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano  |   Bnews - Divulgação Lula Marques/Agência Brasil

Publicado em 27/06/2023, às 15h27   Cadastrado por Rafael Abbehusen


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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que, se ainda fosse senadora, convocaria o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, para dar explicações caso a taxa Selic não caia em agosto. Tebet disse, nesta terça-feira (27), que espera a queda da taxa.

Ainda na última quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica em 13,75% ao ano. Isso despertou uma nova onda de críticas ao chefe do BC, Roberto Campos Neto.

A ata da reunião do Banco Central, divulgada na manhã desta terça, porém, mostra que a maioria dos integrantes do Copom avalia que a continuidade da queda da inflação, e seu impacto sobre as expectativas do mercado para o IPCA, pode possibilitar uma queda dos juros no começo de agosto.

A ministra foi questionada se seria o caso de a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado convocar Campos Neto, caso a manutenção da Selic se mantenha em agosto.

"Eu me despindo por dois minutos da minha função de ministra e voltando ao momento em que fui senadora, eu, num caso desse, convocaria o presidente do BC", respondeu a ministra. "Mas não acredito que vai ser necessário", completou.

Tebet falou com jornalistas após o lançamento do Plano Safra no Palácio do Planalto, se queixando da diferença de tom entre o comunicado emitido pelo Copom, mais duro, e a ata da reunião que decidiu pela manutenção dos juros, que sinalizou com mais nitidez a possibilidade de uma queda da Selic.

Segundo ela, a expectativa do governo é que possa haver uma queda nos juros já na reunião de agosto do Copom, "ainda que modesta".

"A economia vive de expectativa. Se (queda) for de 0,25 pp ou 0,5 pp, isso já vai ser um sinal para que investidores voltem a olhar para o Brasil. Não só o setor empresarial, mas de serviços possam estar pensando em investimentos a médio prazo", disse Tebet. "Qualquer 0,25 pp [de queda na Selic] vai permitir que nosso setor produtivo possa planilhar seus custos e fazer projeções de investimentos a médio prazo", concluiu.

O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que não há mais razões para taxa de juros não cair.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a sinalização de possível queda da taxa básica de juros em agosto está em linha com as medidas do governo Lula e defendeu que o país está no "caminho certo".

"A impressão que eu tenho, já não é de agora, é a terceira, é que o comunicado é feito por um órgão e a ata por outro. Porque vem um comunicado 'hard' e a ata é 'soft'. Não dá para entender. Por que estressar o Brasil, criar atritos desnecessários?", questionou. "A Ata sinaliza, reconhece que o Brasil está no caminho certo, que a política econômica está acertada. Nós não estamos plantando só sementes, a ata mostra que nós estamos plantando segurança jurídica, previsibilidade, garantindo projeção muito clara para o futuro", finalizou Haddad.

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