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Trabalhador informal tem redução na carga horária conforme aponta pesquisa

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Dados são apontados pelo pesquisador Daniel Duque, do Ibre/FGV, com base em informações do IBGE  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Pixabay

Publicado em 28/10/2024, às 11h25   Publicado por Vagner Ferreira



Uma pesquisa realizada pelo pesquisador Daniel Duque, do Ibre/FGV, desde 2022,  apontou que o trabalhadores sem carteira assinada tiveram uma redução na carga horária. O levantamento tem como base as informações do IBGE sobre horas habitualmente trabalhadas e mostra que a jornada média mensal do trabalho foi de 0,8%, com recuo de 0,2% quando comparado ao setor formal. Dentre os setores mais favorecidos estão o de alojamento e o de alimentação. 

De acordo com informações do jornal O Globo, do primeiro trimestre de 2022 para o mesmo período de 2024, a redução média foi de uma hora na jornada de trabalhos informais, equivalente a 3,4%, em relação a serviços domésticos. Em relação ao setor de alimentação, a diminuição foi de 30 minutos, ou de 1,4%.

Um ponto destacado também foi sobre o recuo dos dias de trabalho para os setores de alimentação (1,2%) e serviços domésticos e alojamento (1,1%) com carteira assinada, e para os setores de indústria, comércio e agropecuária (todas com 0,8%). Os trabalhadores sem carteira assinada na construção civil também teve diminuição de 0,5% na carga horária. 

Os trabalhadores informais foram também avaliados como mais flexíveis em relação a horário, visto que, não necessariamente os trabalhadores se submetem a 40 horas ou 44 horas semanais como nos empregos formais.

O pesquisador observou que no setor informal, as horas trabalhadas na maioria das vezes são definidas pelo próprio trabalhador. Entretanto, ele acredita que a redução na oferta de trabalho diminui o potencial de produção da economia.

Segundo Duque, um dos fatores que pode ter contribuído para o recuo na carga horária é o aumento do antigo Auxilio Brasil, que foi de R$ 200 para R$ 600, e teve, no ano da última eleição presidencial, acréscimo no número de famílias atendidas, indo de 14,5 milhões para 21,6 milhões, configurando uma édia de 50%. 

O economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, acredita que a redução relacionada ao trabalho informal está associada às mudanças advindas da pandemia. “Desde a pandemia, temos um contingente de pessoas trabalhando remotamente. Isso faz com que elas fiquem mais em casa e assumam responsabilidades nas tarefas domésticas. Muitos trabalhadores domésticos deixaram de ser mensalistas e passaram a ser diaristas. Há um movimento forte de trabalhadores com carteira para sem carteira nesse segmento também”, disse em reportagem ao Globo.

Na contramão das reduções, o valor dos salários teve um leve aumento entre os dois anos - 2022 a 2024. A pesquisa apontou um acréscimo de quase 8% em serviços domésticos e de 14,8% para o setor de alojamento e alimentação. Já o valor de hora trabalhada teve 13,4% a mais do que o setor formal.

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