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Bloqueios de rodovias por militantes bolsonaristas cai para 190 na noite desta terça

Eduardo Knapp/Folhapress
Os dados foram atualizados horas depois de Bolsonaro fazer pronunciamento onde criticou os bloqueios feitos por aliados  |   Bnews - Divulgação Eduardo Knapp/Folhapress

Publicado em 01/11/2022, às 22h59   Raquel Lopes/ FolhaPress


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A PRF (Polícia Rodoviária Federal) registrava 190 pontos de bloqueios e interdições de estradas em 19 estados por volta das 21h desta terça-feira (1°), uma diminuição em relação aos 267 observados pela manhã.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo caminhoneiros, iniciaram na madrugada de segunda-feira (31) bloqueios em estradas pelo país em protestos de cunho golpista contra o resultado das eleições, que teve Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como vencedor na disputa pelo Planalto.

Segundo o boletim da PRF divulgado por volta das 21h, havia bloqueio ou interdição no Acre (4), no Amazonas (3), na Bahia (2), no Espírito Santo (7), em Goiás (4), em Minas Gerais (20), em Mato Grosso (26), em Mato Grosso do Sul (6), no Pará (21), em Pernambuco (5), no Piauí (1), no Paraná (16), no Rio de Janeiro (5), em Rondônia (16), em Roraima (1), no Rio Grande do Sul (3), em Santa Catarina (36),em São Paulo (5) e em Tocantins (9).

Os dados foram atualizados horas depois de Bolsonaro fazer pronunciamento no qual quebrou um silêncio de 45 horas após o resultado do segundo turno. A fala foi ambígua. Ele criticou bloqueios nas estradas por aliados, mas também falou que o movimento ocorre por, segundo ele, indignação e injustiça com a eleição.

"As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", completou.

O número de pontos de bloqueios e interdições reduziu após a fala do presidente. No início da manhã o número de registros chegou a atingir cerca de 270 de vias federais.

Procuradores da República nas cinco regiões do país já instauraram procedimentos sobre a situação dos caminhoneiros e apontam o cometimento, em tese, do crime contra o Estado democrático de Direito.

Um dos documentos ao qual a Folha de S.Paulo teve acesso afirma que as motivações dos protestos "mostram-se explicitamente contrárias ao Estado democrático de Direito, requerendo intervenção militar por mero descontentamento com o resultado das eleições presidenciais".

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira (31) que o governo adote imediatamente "todas as medidas necessárias e suficientes" para desobstruir as rodovias ocupadas por bolsonaristas em protesto pelo resultado das eleições. Depois, o STF formou maioria a favor da decisão do ministro.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, disse que determinou reforço do efetivo da PRF (Polícia Rodoviária Federal) para normalizar o fluxo nas rodovias. A declaração foi dada nas redes sociais na noite desta segunda-feira (31).

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