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Bruno Reis revela responsável por quebrar transporte público em Salvador e manda recado a Rui Costa

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Bruno Reis afirmou que Rui Costa faz bravatas em véspera de eleição  |   Bnews - Divulgação Foto: Joilson César/BNews

Publicado em 28/10/2022, às 09h14 - Atualizado às 09h15   Vinícius Dias


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O transporte público de Salvador é um dos maiores calos da gestão de Bruno Reis (União Brasil) e de seu antecessor, ACM Neto (União Brasil) à frente da prefeitura de Salvador. Com a passagem mais cara do Brasil, os dois gestores enfrentam problemas para resolver a demanda da cidade - e se tornam vitrines para adversários, como o governador Rui Costa (PT).

Atual prefeito, Bruno Reis afirmou em entrevista à rádio Metrópole na manhã desta sexta-feira (28) quem é o responsável pela crise no transporte público da cidade e mandou recados a Rui Costa, a quem acusou de fazer bravatas sobre o tema em véspera de eleição.

"Eu vi aqui o governador falando que a nossa gestão quebrou o transporte público de Salvador por ter cobrado outorga onerosa dos empresários. Não é verdade, Governador. O senhor sabe disso. Não venha aqui pra rádio em véspera de eleição fazer bravatas. Quando Neto assumiu a prefeitura, tinha 40 anos que as empresas rodavam com permissão. Não tinha um contrato de concessão para regular o sistema. Neto fez uma licitação, tinha uma outorga a ser paga. Essa outorga era de R$200 mil por linha. Óbvio, o privado para explorar algum serviço público tem que pagar a contrapartida", iniciou o prefeito.

Segundo Bruno Reis, a crise do transporte público é um problema de todo o Brasil. Ele afirmou que somente 1% da outorga foi paga e a Prefeitura fez uma série de manobras para sustentar o transporte na capital baiana.

"Eu posso falar que a tarifa não remura mais o sistema. O valor de R$4,90 não paga o custo do sistema. Nós operamos, primeiro numa intervenção, depois por execução direta 1/3 do sistema na cidade e todo mês a prefeitura tinha que completar o dinheiro."

Logo depois, ele aponta quem avalia como responsáveis por todo o problema: a repartição da tarifa entre o sistema metroviário e o rodoviário.

"Sabe quem foi o maior responsável por quebrar o sistema de transporte em Salvador? A repartição que o governo do Estado impôs da tarifa do Metrô aos empresários. Como que pode o metrô ficar com 61% da tarifa e o metrô com 39%? Sendo que o custo do ônibus é muito mais alto. Tem que pagar motorista, cobrador, combustível, que vocês sabem que ficou aumentou no último ano 131%, tem que pagar o pneu, a manutenção dos veículos. Essa repartição injusta fez o sistema entrar em crise", disparou Bruno Reis.

O prefeito atacou a Parceria Público-Privada assinada pelo Governo do Estado para a operação do metrô junto à CCR. 

"Somado a isso, e aí é onde vem a minha divergência com o Governador, porque eu jamais aceitaria: como é o contrato do metrô? O Governo do Estado optou de forma equivocada por uma PPP, onde as empresas construíam o Metrô com uma demanda garantida. O que é isso? Tem que transportar 500 mil passageiros/dia. Se não transportar, o Estado paga a diferença. Sabe qual o custo do metrô? Uma importante obra para a cidade, reconheço aqui. O custo do metrô é de R$100 milhões reais por mês. 1,2 bilhão por ano. É o metrô mais caro do mundo", afirmou

Ele completou: "Por que isso? Porque tem que pagar a contrapartida da obra e tem que pagar os passageiros não-transportados. 170 mil passagens por dia o governo do Estado paga à CCR. E aí o que ele quer para diminuir essa conta? Obrigar o passageiro a passar pelo metrô."

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