Eleições

Geraldo Júnior já trabalha para repetir "efeito manada" na reeleição à presidência da Câmara de Salvador

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Vereador articula intensamente nos bastidores para conseguir maioria dos votos da Casa e enfrentar eventual candidato apoiado por Bruno Reis  |   Bnews - Divulgação BNews/Arquivo

Publicado em 27/07/2020, às 20h10   Henrique Brinco e Eliezer Santos


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O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), já conta com a reeleição para a vereança e trabalha intensamente nos bastidores para se segurar na cadeira máxima do legislativo municipal. O edil mantém conversas paralelas com diversas siglas. A principal delas é o Republicanos, que deve fazer quatro vereadores na eleição de 2020, se tornando o segundo maior partido aliado na Casa depois do DEM. Isso explicaria, em tese, o apoio incessante dele para que a sigla consiga a tão almejada vice na chapa do pré-candidato à prefeitura de Salvador, Bruno Reis (DEM).

Geraldo integra o blocão formado por PSC, SD, PTB e do MDB. Segundo estimativas preliminares, o PSC deve eleger dois vereadores no próximo pleito e o SD fará um ou dois. O MDB, partido de Geraldo, além de reelegê-lo, tem grandes chances de reeleger o veterano Alfredo Mangueira e Maurício Trindade. Com isso, são mais três votos. O PTB também deverá fazer um ou dois. No bloco, Geraldo pode conseguir reunir até 12 votos. O Patriota, que tem hoje apenas o vereador Daniel Rios, decidiu pelo apoio à reeleição do atual presidente após reunião nesta segunda-feira (27). 

Já o bloco e a bancada de oposição, que hoje possui 11 vereadores (podendo chegar a até 15 após a eleição, em projeções otimistas), também deverá repetir o voto em favor de Geraldo. De acordo com fontes do BNews dentro do grupo, o entendimento é que o posicionamento ambíguo do vereador - que é oficialmente aliado do prefeito ACM Neto, mas que não tem o menor receio de confrontá-lo - garante espaço para que adversários da gestão municipal possam se expressar. 

Com isso, Geraldo repete a mesma estratégia usada para garantir a sua aclamação com os 43 votos (número total de vereadores) em 2018: o efeito manada. Na ocasião, quando a maioria foi formada e foi à imprensa registrar o apoio ao edil, os aliados de Neto não viram outra saída senão apoiá-lo para evitar qualquer mal-estar futuro com o então novo presidente. 

Geraldinho, como é chamado nos bastidores, no entanto, deverá enfrentar maior resistência do DEM e de aliados mais próximos do Palácio Thomé de Souza desta vez. Na primeira eleição, o grupo não fez o menor esforço para combatê-lo, já que naquele momento havia ainda uma insatisfação contra Neto - que desistiu de concorrer ao Governo do Estado no prazo limite estipulado pela Justiça Eleitoral, sem fazer um candidato competitivo que garantisse expressividade para os candidatos do grupo ao parlamento.

É claro que qualquer projeção nesse sentido é prematura, mas também pesa contra Geraldo o fato de Bruno Reis (DEM) ser o potencial prefeito eleito no pleito. Não é segredo para ninguém que os dois não se bicam. Com ele na Presidência, existe o risco de que o atual vice-prefeito fique "na mão" de Geraldo, que terá o poder de bloquear ações da Prefeitura e empoderar ainda mais a oposição logo no primeiro ano de governo. O fim de ano promete ser agitado no Paço Municipal.

Leia também: Mistério sobre vice de Bruno Reis deve se manter até data limite do TSE

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