Equipe de Bruno Reis diz que rompimento com o PTB não tem eficácia; especialistas divergem

A equipe do candidato Bruno Reis avalia que a decisão do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, de romper com o DEM em Salvador após a convenção "não tem eficácia". "A convenção já aconteceu. E a ata já foi homologada e registrada", declarou a assessoria de imprensa do postulante ao BNews, nesta quinta-feira (17). Esse é mais um capítulo do imbróglio promovido pelo aliado de Jair Bolsonaro.

O BNews consultou dois especialistas com visões diferentes para opinar sobre o assunto. O advogado eleitoral Ademir Ismerim concorda com essa teoria da equipe de Bruno e afirma que PTB e DEM deverão continuar unidos - independentemente da determinação de  Jefferson. "É por aí mesmo. Continuam [unidos]", avaliou. Já advogada eleitoral Deborah Guirra tem outra opinião. "A lei prevê expressamente que o partido, em grau superior, 180 dias antes da eleição, pode recomendar que não quer coligar com determinados outros partidos. Se esse prazo de 180 foi cumprido e algum partido de instância inferior tiver descumprido essa norma, a lei tem previsão expressa para que haja uma anulação da convenção", avalia.

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A revogação foi anunciada por meio de uma resolução, assinada por Jefferson, nesta quinta.  "Ficam anuladas as decisões adotadas em convenções partidárias ocorridas nos municípios de São Bernardo do Campo/SP, Osasco/SP, Presidente Prudente/SP, Fortaleza/CE e Salvador/BA, sobre formações de coligações e os atos delas decorrentes, em face do descumprimento de diretriz sobre a matéria, aprovada em reunião da Comissão Executiva Nacional", diz um trecho do documento publicado no site oficial do partido.

Também circula nas redes sociais um áudio em que o ex-deputado dá a orientação para o fim da coligação, sob a justificativa de que a aliança é incompatível ideologicamente com o partido. "Quero anular Salvador, na Bahia. Não quero mais nada com esse Neto e essa turma de DEM, de Netinho, presidente do DEM. Acabou esse troço", declarou o ex-parlamentar, que é aliado do presidente Jair Bolsonaro, na gravação.

O presidente do PTB em Salvador, Carlos Muniz, reconheceu o rompimento. "Tenho que obedecer o diretório nacional. Bruno vai me desculpar, mas infelizmente a gente vai ficar sem coligar com ele", declarou Muniz, para a reportagem.  Mais cedo, o presidente estadual do partido, Benito Gama, convocou uma reunião para discutir o assunto.  O DEM não se manifestou sobre o caso. Com a saída do partido, a chapa de Bruno Reis agora conta com 14 agremiações aliadas.

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