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Blocos afro estão confiantes com a possibilidade de novo circuito no Carnaval de Salvador

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Uma reunião foi feita na tarde da última terça-feira (14)  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Secult

Publicado em 15/12/2021, às 00h01   Redação BNews


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Representantes da Liga dos Blocos Afros, União das Entidades de Samba da Bahia (Unesamba) e Associação dos Blocos de Trio se reuniram com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), na tarde desta terça-feira (14), para tratar da participação do povo negro no carnaval de 2022, cuja realização ainda é incerta por conta da pandemia.

A pauta do encontro girou em torno da importância da participação da população mais carente que não vai ser contemplada com os camarotes indoor que irão realizar diversos eventos durante os dias do Carnaval, entre 24 de fevereiro ao dia 2 de março. Alguns já confirmaram os locais e artistas que vão se apresentar nas festas privadas.

As entidades carnavalescas sugeriram o bairro do Comércio para que a população possa curtir. Segundo os idealizadores, o projeto contemplará as Avenidas da França e Estados Unidos, com entrada restrita para quem vai ficar na pipoca e quem vai para os blocos afros.

Em conversa com o BNews, Claudio Araújo, presidente do Malê Debalê ressaltou as dificuldades que o bloco afro vem passando desde o início da pandemia.

“O ano de 2021 já foi muito complicado e seria uma perda muito grande a gente não pode dar continuidade ao que vem sendo feito há 42 anos. A nosso ver existe todo um processo político envolvido nessa questão, não tivemos nada que incentivasse os blocos afros para que a gente desse continuidade a nossas comunidades, nossos projetos sociais. Conclamamos o governo do Estado para que olhe para esse nosso setor, somos muitos”, disse.

Para Araújo, a aprovação do projeto que foi apresentado hoje ao prefeito de Salvador seria uma espécie de ‘suspiro’ para o bloco. “Não conseguiríamos resistir ao segundo ano sem a festa. Essa reparação é o mínimo que a prefeitura e o governo poderia nos dar para sobrevivência”.

Ainda de acordo com o presidente do Malê, o projeto foi todo pensado nos cuidados que a pandemia exige. “Tem os portais, consulta a doses de vacinas, é um projeto voltado para o pobre e preto. Ninguém parou pra pensar ‘cadê o povo da favela, da comunidade?’, é um projeto voltado pra nossas comunidades, é um projeto magnifico, agora depende que o governador do Estado dê o aval”.

Já o presidente do Afoxé Filhos de Gandhy, Gilsonei Oliveira , disse que o evento significará a preservação da cultura da cidade. “Não é possível que uma cidade faça festas fechadas, elitizadas e esqueça a cultura da Bahia. Tudo começou pelo Gandhy, Malê, Ilê, temos que preservar essa cultura, são blocos de religiosidade. O prefeito nos deu essa oportunidade de reunir, falar dos nossos problemas, estamos buscando uma alternativa privada, é um espaço que cabe entre 200 e 300 mil pessoas com todos os protocolos. É uma forma de inclusive forçar a barra para que as pessoas se vacinem para poder curtir a festa, terá controle das pessoas. Estamos pedindo a forma para viabilizar uma reunião com o governador, estamos falando da economia dessa cidade. Tem que ter um olhar a nível de cultura”, disse.

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