Entretenimento
Nesta quarta-feira (20), Luísa Sonza assumiu o trending topics nas redes sociais ao anunciar o término de seu relacionamento com Chico Moedas e revelar publicamente ter sido traída. No programa "Mais Você", comandado por Ana Maria Braga, a cantora leu uma carta, na qual detalhou os motivos do término. Entretanto, muitos questionaram o momento da revelação, uma vez que, a advogada que processou Luísa por racismo confirmou que entrou em um acordo com a cantora, e, nesta quarta-feira, várias notícias sobre o caso voltaram aos holofotes.
O que a web sugeriu foi que, ao revelar o fim do namoro e que o motivo seria uma traição de Chico, os noticiários ficariam a cargo disso, e o nome da artista não seria associada ao caso de racismo e, sim, ao de coitada, que foi traída... vixe!
Luísa chegou a um acordo com Isabel Macedo de Jesus, a parte prejudicada no caso de racismo. Embora o valor do acordo não tenha sido divulgado, a advogada da vítima expressou satisfação com a resolução do caso, afirmando: "Não há como dizer que não é satisfatória a celebração de um acordo que contemplou todos os pedidos pleiteados pela Isabel", disse a defesa, em nota enviada para o UOL.
No Twitter, Luísa foi acusada de divulgar a traição em rede nacional para abafar a repercussão da nova reportagem sobre o processo. "Pra que falar disso se é melhor falar da exposição pública da galhada da Luísa, né?", cutucou um perfil. "A Sonza conseguiu o que queria: poucas pessoas falando do processo de racismo", destacou outro usuário. "Traição é chatão, mesmo. Mas é foda vir à tona logo um dia depois do processo de racismo da Luísa Sonza ter virado notícia novamente", disparou um internauta.
“Matéria postada às 8:02 da manhã, e, curiosamente, Luísa Sonza resolve anunciar uma traição em rede nacional poucas horas depois. Equipe dela trabalha muito bem, a mesma equipe que, juntamente com ela, chamou a vítima de racismo de oportunista. Parabéns! Palmas para a jogada”, escreveu um usuário do Twitter. “Só de ela estar lendo esse texto no celular já diz muita coisa”, completou outro.
A cantora Luísa Sonza foi acusada em 2018 e o acordo foi fechado no dia 16 de agosto deste ano, segundo a defesa da advogada Isabel Macedo. Ela moveu um processo contra a artista após um episódio em Fernando de Noronha.
O processo correu no Tribunal de Justiça do Rio e o caso só se tornou conhecido em 2020. O processo foi arquivado com um acordo que prevê que a artista pague uma indenização por danos morais e faça retratação pública.
Além da multa, uma retratação pública também foi cumprida e Luísa Sonza teve que usar as redes sociais para se posicionar sobre a situação.
Na publicação, Luísa diz que aprendeu a perceber a dor do outro e se colocou no lugar de Isabel.
— LUÍSA SONZA (@luisasonza) September 20, 2022
Conforme consta no processo, Isabel estava na Pousada Zé Maria, em Fernando de Noronha, assistindo ao show de Luísa quando a artista teria batido em seu ombro e exigido que ela trouxesse um copo de água.
"Aduz que ao ser informada de que a autora não era funcionária, a 1ª ré se mostrou visivelmente surpresa, levando a autora a crer que tal fato se deve aos seus traços raciais, razão pela qual registrou ocorrência junto à delegacia de polícia local, que não deu crédito a seu relato. Assim, requer indenização por dano moral e retratação pública por parte dos requeridos."
Segundo documento, o relator indeferiu "a gratuidade de justiça pleiteada à parte autora, uma vez que o suposto evento danoso ocorreu em uma viagem de férias a Fernando de Noronha, local reconhecido no Brasil e no estrangeiro por suas belezas naturais e por seus frequentadores- artistas famosos e pessoas com elevado poder aquisitivo."
Na época, a cantora usou as redes sociais para negar as acusações.
Gente, tudo isso é MENTIRA! Não acreditem nisso! Eu jamais teria esse tipo de atitude. Vocês me conhecem bem, sabem qual é meu caráter, minha índole. Eu jamais ofenderia outra pessoa por conta da cor de sua pele. Jamais! Essa acusação é absurda.
— LUÍSA SONZA (@luisasonza) September 18, 2020
O processo correu em segredo de Justiça.
"Não há como negar que o racismo estrutural traduzido em práticas diretas e indiretas da sociedade, em desfavor da população negra, derruba de uma vez por todas o mito da democracia racial. Portanto, o intuito da ação judicial em face da cantora Luísa Sonza foi demonstrar como que inclinações pessoais, ainda que inconscientes, afetam o julgamento do indivíduo sobre determinados grupos minoritários.
Quanto ao impacto do processo, a busca por reparação implica em uma verdadeira batalha, não apenas em face do agente causador do dano, mas também em face de um Judiciário com sub-representação de grupos minoritários e com magistrados que, em sua maioria, analisam esse tipo de demanda com a lupa do mito da democracia racial.
Vencer essa batalha não importa em êxito apenas para a Isabel, mas para todos aqueles que se sentem desencorajados mediante a situações discriminatórias, além de um alerta sobre a necessidade de termos um Judiciário que represente de fato o caráter pluriétnico da população brasileira. Prova disso é a campanha realizada por várias organizações do movimento negro pela indicação de uma jurista negra para ser ministra no STF, o que nunca ocorreu em 132 anos de história da referida Corte.
Por fim, não há como dizer que não é satisfatória a celebração de um acordo que contemplou todos os pedidos pleiteados pela Isabel.
É importante explicar que o valor do pedido de indenização por danos morais impacta no valor das custas a serem pagas para a distribuição do processo, e isso é um fator que limita o referido pedido quando, segundo o entendimento do magistrado que recebe a ação, a parte não goza do direito à gratuidade de justiça, o que ocorreu no caso da Isabel.
Por conta disso, muitas pessoas que, por receio de ver negado o direito à gratuidade de justiça, deixam de recorrer ao judiciário, justamente por não ter condições financeiras de arcar com as custas processuais, sendo este o primeiro obstáculo para a propositura de demandas desta natureza.
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Quanto à retratação pública, é valioso esse reconhecimento da natureza discriminatória da conduta por parte dos responsáveis, principalmente quando se trata de pessoas públicas, uma vez que podem contribuir para o debate e para a reflexão acerca das diversas formas de racismo na nossa sociedade."
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