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Dia da mentira tem fofocas soteropolitanas reveladas por historiador; confira

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No dia da mentira, histórias famosas são desvendadas em reportagem do BNews  |   Bnews - Divulgação Arquivo / Montagem BNews

Publicado em 01/04/2022, às 06h30 - Atualizado às 09h58   Brenda Viana


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Ainda em 1828, circulou uma notícia em Minas Gerais que Dom Pedro tinha morrido. Uma lástima na época. A data? 1° de abril. O dia da mentira, então, virou uma celebração em alguns países europeus, mas uma lenda divertida para os brasileiros que sempre estão pregando uma brincadeira em amigos e parentes.

Na Bahia, algumas informações importantes que baianos descobriram durante algum período da sua vida sobre pontos turísticos de Salvador, além de acontecimentos marcantes na capital baiana, na verdade, estão distorcidas e foram repassadas de forma incorreta. 

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Um exemplo disso é o ponto mais antigo da cidade. A reportagem aproveitou o famoso 1° de abril para consertar alguns conhecimentos históricos sobre Salvador e chamou o professor de história Matheus Buente para explicar e detalhar os dados. Segundo o educador, engana-se quem achou que o Centro Histórico é o local mais antigo de Salvador. A Barra, na verdade, é o bairro que tem mais idade na capital baiana, principalmente por causa da invasão portuguesa.

"Um fato curioso é que a Bahia é mais antiga que Salvador. Tanto pelo fato da invasão portuguesa ter começado por Porto Seguro, quanto porque antes da capital ser fundada a Capitania Hereditária (lembra da escola?) Baía de todos os Santos, que depois vai virar o nosso estado, teve um vila de portugueses e indígenas muito perto de onde Salvador começou a ser a construída", iniciou.

"A Vila do Pereira, que ficava onde hoje é o Porto da Barra e ia até o Passeio Público, com a construção de Salvador por Tomé de Souza. A Vila do Pereira ganhou o apelido de "Vila Velha" não à toa.  Ali no Passeio Público tem um teatro com esse nome, logo, ao incorporar a região da Barra e Campo Grande ao território da cidade, a Barra passa a ser o bairro mais antigo, mesmo não ficando no Centro Histórico", revelou.

v(Imagem: Reprodução Divulgação / Air Portugal)

Questionado sobre outro fator que poderia ser desvendado, o historiador, que já falou no BNews sobre o bairro do Santo Antônio Além do Carmo, contou sobre o famoso boato do Mercado Modelo, grande local de turismo financeiro de Salvador, não ter nenhum registro de pessoas escravizadas no porão. O prédio, que em 1861, era a Alfândega da capital baiana, tinha um subsolo que foi construído para abrigar as mercadorias dos navios que atracavam no porto da cidade. 

"11 anos antes o tráfico de escravos foi abolido no Brasil o que proibia navios negreiros de usar os portos "oficiais" da cidade. A estrutura do subsolo era só um porão construído para que o piso que ficava junto ao mar, não sofresse com a umidade e estragasse as mercadorias", contou.

Buente ainda explicou que, no mesmo período, o comércio de escravos não deu uma pausa, entretanto, foi realocado para outro local, "para uma praia 'bem mais distante do centro' que era a praia que chamamos hoje de Jardim de Alah".

v (Imagem: Reprodução / Arquivo BNews)

No dia da mentira há também espaço para mais uma explicação sobre curiosidades que rondam por Salvador e que precisam ser desvendadas. A Batalha de Pirajá é muito confundida com a Independência da Bahia. De acordo com o professor, que já foi até ameaçado de morte devido a posicionamentos políticos, há um grande erro nas datas das batalhas. Muitos acham que a do corneteiro Lopes ocorreu no dia 2 de julho. Entenda:

"A batalha foi em 8 de Novembro de 1822. Com a vitória baiana, os Portugueses ficaram cercados em Salvador e se renderam, finalmente, no dia 2 de Julho de 1823, dia em que as tropas baianas retomaram a capital", finalizou.

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