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Empresário que pagou R$ 37 milhões por banana se oferece para comprar em banca que vendeu fruta original; entenda

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Comerciante recebeu apenas 25 centavos pela fruta; comprador da obra conceitual ofereceu uma grande oportunidade ao ponto de venda  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Sothebys
Juliana Barbosa

por Juliana Barbosa

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Publicado em 01/12/2024, às 10h41



Justin Sun agitou a web uma semana após pagar 6,2 milhões de dólares (R$ 37 milhões, na cotação atual) por uma obra de arte composta por uma banana fresca presa a uma parede com fita adesiva. Isso porque o empresário chinês de criptomoedas revelou um gesto que chamou atenção na plataforma social X, antigo twitter. Ele afirmou que planeja comprar 100 mil bananas — R$ 150 mil em frutas — do quiosque em Manhattan onde a banana original foi vendida por 0,25 dólares. As informações são do portal O Globo.

Acontece que no quiosque de frutas na East 72nd Street com a York Avenue, em frente às portas da casa de leilões Sotheby’s, onde a obra conceitual foi vendida, a oferta colidiu com a realidade da vida de um vendedor ambulante de Nova York.

Custaria milhares de dólares adquirir tantas bananas no mercado atacadista do Bronx, disse Shah Alam, um funcionário de 74 anos de Bangladesh que vendeu a banana original usada em “Comedian”, uma crítica absurda ao mundo da arte feita pelo artista italiano Maurizio Cattelan. Além disso, não seria fácil transportar tantas bananas, que vêm em caixas com cerca de cem unidades.

E então há a matemática: o lucro líquido com a compra de 100 mil bananas por Sun — que uma vez comprou um token não fungível (NFT) de uma pedra de estimação por mais de US$ 600 mil — seria de cerca de US$ 6 mil (R$ 36 mil, na cotação atual).

— Não há lucro em vender bananas — disse Alam.

Além disso, como funcionário que ganha US$ 12 por hora em turnos de 12 horas, Alam apontou que qualquer dinheiro, por direito, pertenceria ao dono do quiosque, e não a ele.

Por telefone, o proprietário do quiosque, Mohammad R. Islam, de 53 anos, conhecido como Rana, disse que dividiria qualquer lucro entre ele, Alam e as outras seis pessoas que emprega em seus dois quiosques de frutas. No entanto, ele afirmou que ninguém havia entrado em contato sobre tal compra.

Islam soube dos planos de Sun por meio de um repórter. Segundo a postagem de Sun na plataforma X, os planos também incluíam distribuir gratuitamente as bananas do quiosque de Islam pelo mundo, para qualquer pessoa que apresentasse um documento de identificação. Sun — que comeu a banana original durante uma coletiva de imprensa em um hotel de luxo em Hong Kong na sexta-feira (29) — não respondeu a pedidos de comentários.

Trabalhando na chuva no Dia de Ação de Graças, o irmão de Islam, Mohammad Alam Badsha (que não tem parentesco com Shah Alam), disse que receberia bem a compra em grande quantidade. Mas isso teria pouco impacto tangível, disse Badsha, tanto na vida diária dos vendedores de frutas quanto no abismo exposto pela banana de US$ 6,2 milhões e o quiosque que a vendeu por 25 centavos.

— Definitivamente, é uma desigualdade — disse Badsha em bengali.

Ele acrescentou um provérbio de Bangladesh: era, disse ele, a diferença entre o céu e o inferno.

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