Principal alvo da ira da torcida com a má fase do Vitória, Manoel Matos tentou se defender das cobranças nesta segunda-feira (19). O vice-presidente do clube, em entrevista à Rádio Sociedade, comentou temas constantemente discutidos por torcedores e críticos.
Relação com a imprensa, erros na formação do elenco, comparações com o rival e eleições no clube foram um dos assuntos abordados por ele. O dirigente, porém, não só se defendeu.
Matos também partiu para o "ataque" e cobrou maior participação da torcida, que para ele está devendo em 2016.
Confira abaixo os principais pontos da entrevista de Manoel Matos:
Relação conturbada com a imprensa
"Reconheço que cometemos alguns equívocos com a imprensa, talvez por falta de experiência de lidar com a imprensa. Mas, não existiu nenhuma intencionalidade no Vitória de fechar as portas do clube para a imprensa".
Comparações entre as contratações do Bahia com as do Vitória
"Alguns jogadores que estão no Bahia hoje foram oferecidos ao Vitória, mas o Vitória não teve interesse. Não falo de Eduardo, pois todo mundo sabe que o Atlético (PR) empresta jogador para qualquer clube brasileiro, menos para o Vitória. Paulo Carneiro, quando ainda estava lá, deu entrevista e confirmou que emprestou Eduardo para ajudar o Bahia e não o Vitória. Nós tivemos interesse em outro jogador lá, eu fui pessoalmente no Atlético (PR) e ele me disse que não cederia nenhum jogador ao Vitória, em hipótese alguma. Nosso coirmão contratou de 20 a 30 jogadores esse ano e metade já foi embora. Então, não é assim também".
Cobranças à torcida
"Precisamos de um aliado forte, que é a torcida. Eu vi lá em Porto Alegre 24 mil pessoas numa quinta feira, um frio retado e os caras (torcedores do Inter) cantaram o tempo todo. Ontem nós esperávamos pelo menos 20 mil pessoas no Barradão, depois de ter ganhado um jogo como aquele contra o Inter, fora de casa. Se temos mais de dez mil sócios, teríamos que ter pelo menos mais dez mil torcedores comprando ingresso".
Erros na formação do elenco
"Reconheço que tivemos culpa de não atender os anseios da torcida em contratações, e essa responsabilidade foi minha, que sou o responsável pelo futebol, mas a torcida não pode ser torcida de redes sociais, tem que ir para o estádio. Os torcedores não podem descontar a dívida que tenho com eles no time. O time precisa de apoio".
Caso Rhayner
"Rhayner não quis ficar no Vitória. Fizemos uma proposta ano passado, ele não aceitou e uma semana depois estava na Ponte (Preta). Depois, ele quis voltar. Para quem não sabe, o Rhayner pediu para retornar, não fomos nós que procuramos ele de novo. Quando ele se ofereceu, fomos ver que o salário que ele ganha na Ponte é o mesmo que oferecemos para a renovação ano passado. Então, ele não ficou porque não quis".
Escudero e Gatito Fernandez
"Qualquer resposta que eu der ao torcedor hoje sobre o elenco que montamos não vai satisfazê-los. Hoje temos um goleiro valorizado, revelação, que já se comenta de interesses de diversos clubes, entre eles o Benfica. Como teríamos esse goleiro valorizado se tivéssemos renovado com o Gatito? Apostamos no Caíque. Escudero não ficou porque não aceitou a proposta que fizemos. E foi uma proposta boa. O empresário não quis".
Eleições de dezembro
"Infelizmente não foi aprovado o novo estatuto. Lamento e peço desculpa a torcida pela forma que as pessoas se expressaram lá (na reunião do Conselho Deliberativo). Normalmente não é assim (brigas e discussões acirradas). Independente de qualquer coisa, vamos ter eleições em dezembro. Só que serão eleições indiretas. O torcedor, sócio, vai lá escolher uma chapa de conselho para votar. A chapa eleita depois vai escolher o presidente. Esse nove presidente, a partir de janeiro, já poderá discutir essa reforma do estatuto novamente".
Possibilidade de ser candidato
"Garanto que não serei candidato".
