O Esporte Clube Bahia foi autuado sob acusação de trabalho infantil. O próprio Ministério do Trabalho divulgou a informação, nesta segunda-feira (28).
Em parceria com o Ministério Público do Trabalho da Bahia, o órgão identificou oito crianças menores de 14 anos em situação de trabalho dentro do Fazendão. A descoberta aconteceu após visita de auditores ao Centro de Treinamentos entre os meses de julho e agosto.
Os auditores chegaram à conclusão, durante as visitas, que o Tricolor praticou exploração de mão de obra infantil. Os órgãos também se basearam em depoimentos de atletas da base do clube.
O Esquadrão também teria cometido outra irregularidade, a de manter esses garotos em locais inapropriados, segundo o Ministério Público. Seis dessas crianças residiam na casa de uma senhora, no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, sem autorização dos pais, enquanto aguardavam transferência para o alojamento do Fazendão, o que só pode acontecer quando o atleta completa 14 anos.
No CT, eles já frequentavam treinos e faziam refeições diárias. As crianças ainda frequentavam uma escola do bairro.
Em outra casa, os auditores encontraram outras duas crianças, de 12 e 13 anos. Os garotos foram encaminhados ao Conselho Tutelar de Lauro de Freitas.
A senhora responsável por abrigar as crianças revelou que recebia R$ 800 por mês para mantê-los em sua residência até que os garotos completassem 14 anos e pudessem ser transferidas para o alojamento do clube. A senhora ainda revelou que presta o serviço ao Bahia desde 2008.
Após a visita dos auditores, os jovens que já haviam completado 14 anos foram transferidos para o alojamento e contratados como atletas em formação. Ainda segundo o Ministério Público, o Bahia colaborou com a ação e garantiu que sanará todas as irregularidades.
