Esporte

MP-SP avalia ampliação de torcida única em clássicos nacionais após falecimento de torcedora do Palmeiras

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Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras, foi atingida no pescoço por estilhaços de vidro durante um tumulto em frente ao Allianz Parque  |   Bnews - Divulgação Reprodução / Redes Sociais

Publicado em 13/07/2023, às 13h44   Téo Mazzoni



O ano de 2023 começou com a esperança de acabar com a política de torcida única nos clássicos do futebol paulista. No entanto, seis meses depois, a realidade é totalmente oposta. Após o trágico falecimento de Gabriela Anelli, torcedora do Palmeiras, que foi atingida no pescoço por estilhaços de vidro durante um tumulto em frente ao Allianz Parque no último sábado, o movimento pela ampliação dessa medida para outros jogos está ganhando impulso e voltará a ser discutido pelas autoridades do estado.

O delegado César Saad, da Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE), foi o primeiro a levantar o debate. Na segunda-feira, dia da morte de Gabriela, ele defendeu a extensão da medida para jogos de rivalidades nacionais, citando como exemplo não apenas o confronto entre Palmeiras e Flamengo, mas também São Paulo e Vasco. Ele não está sozinho nessa opinião. Procurado pelo jornal O GLOBO, o Ministério Público do estado, que é um dos principais defensores da medida, informou que “a questão da torcida única para outros jogos, com sua ampliação, está em análise”.

A política de torcida única em clássicos de São Paulo está em vigor desde 2016, sendo estabelecida pelo próprio MP-SP e pela Secretaria de Segurança Pública do estado. A Federação Paulista de Futebol (FPF) é responsável por determinar as restrições de duas torcidas, seguindo a recomendação do Ministério Público. Até o momento, as polícias Militar e Civil não receberam nenhum documento oficial sobre a expansão da torcida única, conforme afirmado pela Secretaria de Segurança Pública ao jornal O GLOBO. No entanto, apurou-se que a possibilidade de ampliação da medida também está sendo discutida internamente pelo órgão.

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Após o caso de Gabriela, um grupo composto por membros das polícias, do poder judiciário e promotores do MP-SP foi reavivado, e a ideia de se dedicar ao estudo da ampliação da torcida única em jogos de âmbito nacional foi retomada. Isso ocorre meses depois de analisarem um pedido formalizado por São Paulo e Palmeiras para acabar com a torcida única nos clássicos.

Essa mudança de direção se deve ao fato de o comitê não ver com bons olhos o fim da torcida única. Basta um registro inicial de violência, como o ataque de torcedores palmeirenses a um ônibus com corintianos em 10 de fevereiro, após jogos das equipes contra rivais diferentes, para que a ideia seja abandonada.

Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que autoridades paulistas defendem a ampliação da torcida única. Em 2019, a CBF atendeu a um pedido do MP-SP e da Polícia Militar para que o confronto entre Palmeiras e Flamengo, válido pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, tivesse apenas torcedores do clube paulista. A justificativa foi o risco de confrontos devido ao acirramento da rivalidade entre as torcidas. Em 2022, após o período de portões fechados nos estádios devido à pandemia, o Flamengo exerceu o direito de reciprocidade adquirido judicialmente e fez o mesmo no Maracanã.

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