Esporte
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou, na terça-feira (18), uma enorme operação para cumprir mandados de prisão preventiva contra envolvidos na manipulação de resultados de jogos de futebol. O grupo criminoso é acusado de ter atuado em jogos do Brasileirão Série A e em cinco torneios estaduais.
Segundo a investigação, jogadores associados recebiam de R$ 50 mil a R$ 100 mil para executarem determinadas ações durante a partida, como tomar um cartão ou cometer um pênalti.
Jogadores investigados
Um dos alvos de busca e apreensão é o jogador Victor Ramos, ex-Vitória que atualmente joga na Chapecoense. Os outros investigados são o lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport, o meia Gabriel Tota, ex-Juventude e atualmente no Ypiranga-RS, e o zagueiro Kevin Lomónaco, do Bragantino. Há outros nomes, mas que ainda não foram revelados pelo MP, que dará novas informações em coletiva nesta quarta-feira (19).
Abordagem
De acordo com o promotor de Justiça do caso, uma possível omissão de clubes de futebol aconteceu.
“O presidente do Vila Nova identificou um caso desses e levou ao Ministério Público. Será que outro clube não tem capacidade de identificar casos como esse? É conversa de vestiário, como as investigações demonstram. Um jogador é cooptado e conversa com outro, que conversa com outro. E acaba, provavelmente, chegando ao ouvido daquele grupo (a direção do clube)”, disse o promotor de Justiça Rodney da Silva.
Segundo o Ministério Público, os atletas cooptados manipulavam os confrontos de diversas maneiras. Forçar punição a determinado jogador por cartão amarelo ou vermelho, cometer penalidade máxima e assegurar o número de escanteios da partida eram algumas das práticas ilícitas. Garantir a derrota da equipe também era uma das práticas.
Os indícios mostram que as condutas previamente combinadas tinham o objetivo de gerar grandes lucros aos envolvidos em apostas realizadas em sites de casas esportivas. Para isso, eram utilizadas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos.
Clubes da Série A envolvidos
A investigação apontou que a organização criminosa teria atuado "concretamente" em pelo menos cinco jogos da Série A do Brasileirão de 2022. Segundo o MPGO, os suspeitos ainda teriam tentado manipular cinco partidas de campeonatos estaduais, entre eles Goianão, o Gaúchão, o Mato-Grossense e Paulistão.
Veja lista de jogos da Série A investigados pelas autoridades nessa fase da operação:
Juventude x Palmeiras, no dia 10 de setembro de 2022
Santos x Avaí, no dia 5 de novembro
Bragantino x América Mineiro, no dia 5 de novembro
Goiás x Juventude, no dia 5 de novembro
Cuiabá x Palmeiras, no dia 6 de novembro
Santos x Botafogo, no dia 10 de novembro
Próximos passos
De acordo com o promotor do caso, os próximos passos envolvem avaliar tudo que foi recolhido e analisar interrogatórios para chegar a uma decisão sobre os próximos passos da investigação.
“O presente momento ainda é de reunir o material angariado. Foram cinco estados envolvidos, além do estado de Goiás. Então, esse material tem que chegar até Goiânia para depois a gente iniciar essa análise. Foram dezenas de equipamentos eletrônicos apreendidos, celulares, notebooks, HD's externos, anotações, isso tudo tem que ser analisado. Bem como realizar interrogatórios de investigados, dezenas a serem feitos nas próximas semanas”, concluiu.
Com informações do site O Globo.
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