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"Um amigo Bahia me deu três caminhões de bloco", revela Fábio Mota sobre situação do Vitória; veja vídeo

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Fábio Mota fez duras revelações sobre a situação financeira do clube  |   Bnews - Divulgação Foto: Divulgação/AGECOM

Publicado em 28/06/2022, às 12h08 - Atualizado às 12h11   Vinícius Dias


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Presidente do Vitória, Fabio Mota fez um desabafo duro sobre a realidade financeira do clube durante a manhã desta terça-feira (28) em entrevista que deu à rádio Metrópole. Direto do Barradão, ele contou que o clube sobrevive de doações e que precisou colocar o seu nome para conseguir apoio financeiro ao Leão.

De acordo com Fábio Mota, o clube chegou a precisar da doação de um amigo pessoal que torce pelo Bahia para fazer as obras das arquibancadas de um dos campos do Barradão, que será utilizado para treinos e jogos das categorias de base.

"Não ganho salário para isso, não ganho nada. Para mim era muito mais fácil estar em minha casa e, hoje, estou aqui me indispondo. Tenho até amigos Bahia que hoje estão me ajudando. Um amigo meu Bahia me deu três caminhões de bloco e um de cimento, então não tenho nada a falar da torcida do Vitória, mas só eu e Deus sabemos o que estou passando nos últimos seis meses aqui no Vitória", afirmou Fábio Mota.

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Segundo o presidente do rubro-negro, o clube conta com 14 patrocinadores que, juntos, rendem cerca de 7 milhões para o Vitória e isso é o que torna possível o pagamento da folha em dia, tanto dos atletas quanto dos funcionários.

Apesar dessa estabilidade citada por Mota, a situação financeira do clube segue perigosa por conta de débitos que ele credita a gestões anteriores. Ele justificou que o volume de jogadores contratados em sua gestão, foram mais de 30 atletas em 7 meses, além de 4 treinadores, é fruto da falta de tempo para planejar a vida do clube após o rebaixamento para a Série C.

"Estamos sobrevivendo de doações. O Vitória não iria sobreviver se não fosse isso. Somamos aqui 14 patrocinadores porque eu bati na porta. Nós erramos no futebol, pois não tivemos tempo para planejar. Tivemos apenas 14 dias para montar o elenco, porque quando cheguei não tinham pagado Walter Bou e ficamos impedidos de contratar. Então estamos sobrevivendo de ajudas, doações e relações pessoais. Cheguei ao clube devendo a duas pessoas: a Deus e o Mundo", declarou.

"Cheguei ao clube devendo a duas pessoas: a Deus e o Mundo", Fábio Mota - presidente do Esporte Clube Vitória.

Segundo o mandatário, somente de dívidas trabalhistas e fiscais são R$90 milhões, que o clube busca renegociar e encontrar uma maneira de equacionar os pagamentos. O clube enfrenta dificuldades até mesmo para pagar a conta de energia do Complexo do Barradão, que gira em torno de R$170 mil por mês.

"A estrutura do clube é de Série A, uma estrutura cara, de mais de 2 milhões de reais. Temos apenas 5 mil sócios, o que dá R$250 mil, pouco mais de 10% do que a gente gasta. O Vitória gasta mais de R$600 mil com tributos, impostos, a conta de energia elétrica do complexo é cerca de R$170 mil e há mais de 6 anos que o clube vem só perdendo, entrando numa crise financeira muito grande. Com más gestões vem chegando ao fundo do poço, sem nenhuma receita", disse.

Para piorar, a situação em campo não ajuda. O Vitória é o 16º colocado da Série C e corre sério risco de queda para a última divisão do futebol brasileiro. Nos últimos cinco jogos, o rubro-negro venceu apenas uma vez - o que culminou na saída do técnico Fabiano Soares, substituído pelo velho conhecido João Burse.

Com a mesma pontuação do primeiro time dentro da zona de rebaixamento e a apenas 3 pontos do lanterna Atlético-CE, o Vitória volta a campo no próximo sábado, dentro de casa, para um confronto duro contra o Figueirense, atual 6º colocado da competição.

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